Maria Alexandra Botelho e Maria Filomena Alves são duas amigas de longa data que decidiram interromper as suas carreiras profissionais em grandes empresas de telecomunicações para se dedicarem a um projeto que elas próprias inventaram e que tem por objetivo principal dar prazer às mulheres. A empresa chama-se Maria Mulher e acaba de nascer.

Maria Alexandra Botelho tem 45 anos, é mãe de um casal de gémeos com 11 anos, formou-se em Relações Públicas e Publicidade e trabalhou algum tempo em empresas ligadas à informática, e à finança, nomeadamente, Caixa Geral de Depósitos, para em 94 ingressar na então Telecel, hoje Vodafone, para integrar as primeira equipas de atendimento a clientes, ao que se seguiram as primeiras equipas de supervisão, para dois anos depois ficar responsável pelos clientes de grandes empresas.

Maria Filomena Alves tem 43 anos, e, tal como a amiga, fez o seu percurso profissional nas telecomunicações. Como formação tem o quarto ano de Direito, e uma cadeira do quinto feita. “Sou mais empreendera do que propriamente estudiosa”, justifica.

As duas Marias pensaram em três projetos para se lançarem na primeira experiência empresarial. “O Maria Mulher acabou por surgir de uma forma natural já que o espaço onde nos encontramos acabou por ser decisivo para a escolha do negócio”, revelam as duas sócias.

Na opinião das empresárias, foi a lacuna do mercado em termos de oferta para as mulheres que as fez pensar numa empresa diferente e original, onde se dotam as mulheres de “armas” para a sua realização pessoal, não só no campo social e profissional, mas dando especial enfoque à sensualidade feminina como um todo, ajudando-as a quebrar rotinas e recomeços de vida. “Quisemos investir na área da sensualidade, que, como todas sabemos, está muitas vezes ligada à sexualidade, isto porque ambas sentimos que a oferta é não só limitada como, por vezes, fechada”, sublinham.

As Marias não têm dúvida de que as mulheres desejam cada vez mais estes serviços. “Há procura não há é oferta, e o pouco que há é muito escondido porque estes temas continuam a ser tabu para a maioria das pessoas”, frisa Filomena para acrescentar que fizeram um estudo prévio antes de arrancarem com o projeto que foi baseado em análises e estudos de mercado.

A empresa começou a fermentar em Abril de 2010, foi apresentado o projeto no final de Junho, a aprovação chegou no início de Agosto, e, a 14 de Novembro, abriram as portas às primeiras mulheres ávidas de tirar maior prazer da vida.

Agora a prioridade é darem-se a conhecer às portuguesas. Ainda contrataram uma agência de comunicação que desapareceu logo após a inauguração, “não efetuaram qualquer divulgação da Maria Mulher nos meios de comunicação social, fator imprescindível para dar a conhecer este conceito tão rico e original às portuguesas”, e agora toda a divulgação está a ser feita pelas Marias com a ajuda dos amigos ligados à imprensa e à comunicação social.

Com serviços muito abrangentes, a Maria Mulher organiza os mais variados workshops. Um dos próximos é o de Pompoarismo ou ginástica vaginal, uma prática milenar que as orientais usam para melhorar a sua performance sexual. “Para além disso, tem fins terapêuticos, como a queda do útero, incontinência urinária, etc.” Para divulgar este curso, as empresárias espalharam informação nos consultórios dos principais ginecologistas de Lisboa.
Para cada disciplina as Marias escolheram os melhores especialistas de cada área. “Paula Bobone é responsável pelo Workshop de A Arte de uma Senhora - Etiqueta e Protocolo, assim como a Bastet Cabeleira nas aulas de Artes da Sedução e Wokshop de Teasing Art, mas temos outros formadores que não são conhecidos, mas têm um grande curriculum.”

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Por enquanto, as interessadas ainda não fazem fila à porta, mas já começam a aparecer. A sensualidade feminina no seu todo é a grande aposta da Maria Mulher, um tema que as mulheres raramente viram abordado sem tabus, e a forma de o conseguir é tão multidisciplinar que, as duas amigas, têm a certeza que encontrará sempre interessadas. “Podemos ensinar uma mulher a encontrar o seu ponto forte e com isso melhorar a sua performance profissional, social e também amorosa”, justificam.

Segundo as empresárias, o objetivo de Maria Mulher é proporcionar às mulheres a sua formação nos mais variados temas, que vão desde as Artes do Sexo à Defesa Pessoal, da Etiqueta e Boas Maneiras às Auto Maquilhagem, do YOGA e Pompoarismo ao curso de Baralho Cigano, assim como proporcionar serviços e eventos variados, que vão desde os jantares temáticos (jantares das Bruxinhas, jantar da Maleta Vermelha, despedidas de solteiras e de casadas, eventos privados, como aniversários temáticos, etc.) até Obras e Reparações, Psicologia Clínica, Sex Coaching, Decoração e Organização do Lar. “Queremos que neste espaço se realizem todo o tipo de eventos: apresentação de produtos, lançamento de marcas, passagens de modelos, tudo.”

Alexandra e Filomena estão convencidas que a cliente Maria Mulher tanto pode ter 20 como 60 ou 70 anos, embora elas acreditem que as mulheres entre os 30 e os 50 vão procurá-las em maior número. Para as mais velhas, que já estão reformadas ou nunca trabalharam, os cursos de Maria Mulher podem ser uma mais-valia muito interessante.
E não se pense que os valores são incomportáveis para a maioria das pessoas. A partir de 30 ou 40 euros, já é possível frequentar um curso na Maria Mulher. Claro que os cursos mais prolongados, que podem ir até dois meses, terão necessariamente outros números. “São valores acessíveis a toda a gente”, garantem as Marias.

Também os horários são flexíveis. “Temos cursos para quem não trabalha, mas também temos em horário pós-laboral e aos sábados de forma a servir toda a gente que nos procura”, salientam para acrescentar que neste momento entre formadores e parceiros de serviços, já têm mais de 20 pessoas envolvidas no projeto.

Um dos serviços de maior sucesso da Maria Mulher é a massagem sensual, que, no fundo, é uma massagem de relaxamento que toca nos pontos erógenos que vão do dedo do pé, até à ponta da cabeça, ou seja, situam-se em locais do nosso corpo que nunca ninguém descobriu. “Queremos proporcionar às mulheres um local onde possam descobrir a sua sensualidade e sexualidade, acompanhadas por profissionais credenciados”, concluem.

 

 

Palmira Correia