Formou-se em Publicidade e Marketing, mas a vida levou-a para o jornalismo. Aos 42 anos e em vésperas de se casar pela segunda vez, Cristina Amaro tem uma bem sucedida empresa de produção televisiva, a Olho Azul, responsável por dois programas da SIC Notícias: Portugal Marca, em emissão desde Maio, e Imagens de Marca, no ar há quase 9 anos. 

Gosta de dizer a idade?

Gosta de dizer a idade?
Tenho 42 anos e vivo muito bem com a minha idade.

Começou a sua vida profissional  como jornalista?
Antes do jornalismo formei-me em Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social. O meu primeiro sonho era ser publicitária....

Era o seu  gosto pela comunicação já a motivá-la?
Sim. Sou muito comunicadora e sempre tive muita facilidade nas relações interpessoais. A minha primeira experiência profissional foi numa agência de publicidade mas acabei por me desiludir com a profissão.

Passou logo para o jornalismo?
Tive uma primeira experiência no mundo da televisão na produtora Sigma 3, onde fui gestora de imagem. Entre outras coisas ajudei a projetar a imagem do Rui Unas no mercado, quando ele estava ainda no início da sua carreira.

E saiu porquê?
Porque queria crescer mais, principalmente na área de desenvolvimento de projetos que tivessem a minha mão e que fossem fruto do meu todo. Nessa altura recebi um convite do Camilo Lourenço, diretor da revista Exame, e assim iniciei, em 1997, o meu trabalho como jornalista da área de marketing.

Gostou da experiência?
Foi na redação da Exame que me encontrei a mim mesma. Adorei a experiência de ir conhecer histórias, transformá-las em reportagens e publicá-las. Pela primeira vez senti que era o meu todo que estava ali porque era eu a responsável pelas várias etapas do processo.

Mas também não ficou muito tempo na Exame?
Estive pouco mais de três anos. Quando a revista passou a quinzenal o meu trabalho deixou de ser tão interessante, e recebi, também, nessa altura, um convite para integrar a equipa de uma nova revista na área das novas tecnologias. E assim integro o grupo Euronotícias como subeditora do Jornal de Economia e como editora da revista Ganhar.net.

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Deve ter sido muito trabalhoso?
Tive uma vida verdadeiramente dura nessa altura. Fazia imensas diretas com fechos simultâneos do jornal e da revista e não tinha tempo para nada. Comecei a sentir que não estava feliz porque estava contra mim mesma. Em 2001 decidi despedir-me.

Sente-se o fruto de tudo o que hoje se fala?
Exatamente. Embora não tenha sido despedida - fui eu que me despedi e isso é diferente - mas, seja como for, estive dois anos desempregada a fazer colaborações para diversas revistas e a tirar outro tipo de especializações e formações. Basicamente não cruzei os braços e fiz tudo e mais algumas coisa que era possibilidade...

Até que encontrou o seu novo caminho?
Sem dúvida. Foi nessa altura que desenvolvi o projeto Imagens de Marca, que, esse sim, era o meu projeto! Era o que me fazia mexer e andar para a frente sobretudo porque era um projeto inovador e completamente diferente de tudo o que se tinha feito até ali.

Continua a ser inovador, porque é um programa de informação que fala de marketing, de marcas e de publicidade.
E começou em Janeiro de 2004. Está no ar há  oito anos e meio, mas foram quase três anos de muita luta até o programa acontecer. Fiz centenas de reuniões com entidades diferentes e foi um processo muito exigente para o projeto se tornar realidade.

Foi aprovado pela SIC Notícias onde ainda hoje se encontra.
Na altura foi aprovado pelo Ricardo Costa, quando ele era diretor da estação, para durar três meses, mas, no segundo ou terceiro episódio, ligou-me a pedir a segunda série. Depois desse arranque com um horizonte de três meses, senti que havia uma vitória porque a partir daí passou a ser renovado anualmente.

Portugal Marca acaba de nascer com que objetivo?
O Portugal Marca quer mostrar que em Portugal existem pessoas e empresas que deixam uma marca positiva no país e no mundo. Gente com capacidade, com ideias, com vontade de fazer algo diferente e relevante. O nosso país está cheio de casos bem sucedidos que podem ser inspiradores e ajudar a superar este momento depressivo que a economia atravessa...

O nosso país está cheio de bons exemplos de empresas que se destacam pela gestão e inovação?
Por isso tenho muita vontade de retratar casos bem sucedidos de empreendedorismo que podem ser uma inspiração para outros que queiram fazer.

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Como define o Portugal Marca?
É o programa que quer levar aos portugueses as várias práticas de gestão nas várias dimensões, os bons casos de empreendedorismo e os melhores casos de inovação, internacionalização, exportação e de captação de investimento externo para o nosso país. 

São uma espécie de programa anti-crise?
Em certa medida sim. Queremos dizer às pessoas: “Calma que existe esperança!”

A sua produtora Olho Azul nasceu em 2004 com Imagens de Marca?
A minha empresa nasce em 2003, altura em que comecei a preparar o arranque do Imagens de Marca. Na altura somente com jornalistas. Começámos com parcerias técnicas, e, entretanto, a vida fez-me crescer e autonomizar-me. Separámo-nos dos parceiros anteriores e passámos a trabalhar com uma equipa completa. Hoje sinto que foi o melhor para nós!

Sente que era o que tinha de ser?
Sem dúvida. Na vida nada acontece por acaso e não foi por acaso que eu tive de criar a Olho Azul. 2009 foi um ano muitíssimo exigente para todos, fruto desta crise que se instalou e mexeu com tudo, mas 2010, apesar de ter sido um ano difícil para a generalidade do mercado, para nós foi bastante melhor.

Conseguiu dar a volta à crise?
Estamos a ir contra a crise. No ano passado já estivemos em alto mar com as velas abertas a deixar o barco ir com o vento e este ano ligámos verdadeiramente os motores e estamos numa caminhada muito interessante. Estamos a colher os frutos do que andámos a semear durante tantos anos...

A sua empresa só faz programas para a televisão?
Temos duas áreas de negócio, uma editorial que é dirigida por mim, e outra dos conteúdos institucionais sob a responsabilidade da nossa diretora geral. Este ano o Portugal Marca surge como um segundo projeto editorial no ar em simultâneo, o que representa um duplo desafio...

Tem filhos?
Não tenho filhos biológicos mas tenho a filha de dez anos do meu futuro marido que considero filha do coração.

O que a distrai?
Pintar, caminhar, ler, meditar, fotografar, ver televisão... tanta coisa. Eu ocupo o meu tempo com coisas simples.  Às vezes somente a observar um passarinho...

Qual é o seu próximo projeto?
O próximo é pessoal. Estou a preparar o meu casamento...

Está bem com a vida?
Estou muito bem. Gosto imenso de viver!

Texto: Palmira Correia