Quando tem pouco tempo, prepare-se por etapas: pense no formato – de pé, sentado, em palco, em sala, ... – e ocupe já o que será a sua posição (real ou imaginada, pe: sentir-se de facto no palco, com diferentes caras a olhar para si).
Quem está na sua frente? Como começa?
"Bom dia, Sou Cláudia e estou aqui para anunciar que..." Ok. Boa ideia, mas está batida.
Vou começar por falar de... depois de... e logo de seguida de... Não anuncie como num livro qual o índice.
Trabalhe a sua apresentação, o seu momento como se contasse uma história. Assuma o Storyteller que há em si!
O storytelling é o discurso fluído, ainda que com pausas (ou silêncios, onde respira e deixa as ideias assentarem). É um saltar de capítulo em capítulo (de slide em slide) com naturalidade aparente (porque testada anteriormente). E em voz alta!
À narrativa vai corresponder o conteúdo que traz para o momento, claro está. Traduza tudo por miúdos, ie, em linguagem comum, universalmente compreendida, seja a audiência muito ou nada conhecedora dos temas. Não os obrigue a parar nas suas cabeças para procurarem informação interna (NELES!, não em si) e a abdicarem da sua história.
O detalhe são as suas histórias pessoais, as curiosidades sobre o projecto, os exemplos que lhe dão cor, forma, cheiro, que no fundo ajudam os outros a perceber efectivamente como é que tudo acontece.
Pode querer resistir à Emoção – ou porque pode ser de mais ou porque pode ser de menos. Encontre o balanço, o equilíbrio, mas traga emoção para o seu registo. Se habitualmente não traz emoção às suas intervenções, terá de se esforçar para abusar (na sua perspectiva) para ser notório (na perspectiva da audiência). Se o ajudar, diga como se sentiu a determinada altura (relevante na sua história), ou como quer fazer sentir os outros com o que vem ‘vender’. E ‘alargue’ a emoção ao não-verbal e à voz.
Se é emocional por natureza, calma, terá de puxar mais pela narrativa (com o cuidado necessário para não se perder) e pelo detalhe.
Texto: Cláudia Nogueira
Comentários