Os dias cinzentos tendem a deixar as pessoas mais tristes, assim como o egoísmo e o individualismo que marcam as sociedades desenvolvidas de hoje. Um estudo realizado pela Associação Canadiana de Saúde Mental afirma que, nos meses de inverno, duas em cada 100 pessoas sentem-se deprimidas e tristes. Mas a partir de que ponto é que a tristeza, uma das emoções humanas mais comuns, deixa de ser normal?
O primeiro passo é fazer uma auto-avaliação e, se for caso disso, consultar um especialista que o oriente. Fernando Magalhães, psicólogo clínico, diz que está na altura de procurar ajuda especializada quando atinge estes limites:
- A tristeza que sente não o deixa usufruir e ter prazer nas situações.
- Esse estado de espírito impede-o de ver o que há de bom, belo, interessante nas situações.
- Essa emoção paralisa e não leva a uma mudança de atitudes ou comportamentos.
- Se deixa de fazer as coisas que antigamente lhe davam prazer, esse pode ser um sinal.
- A tristeza deixa-o num estado de autocrítica constante.
- Se deixa de ter prazer ou não vislumbra um significado da vida, pode estar perante um outro sinal.
- Tudo parece mau e se perde energia, esperança e motivação.
- O sentimento de tristeza persiste durante semanas.
Repulsa, sim, mas na dose certa
É outra das emoções que os seres humanos mais vivenciam. Bastam dois passos para gerir bem a repulsa, indica Fernando Magalhães, psicólogo clínico:
1. Olhe para o seu interior
"Observe com atenção como está a reagir e analise as causas, se fazem sentido e se há uma razão justificável", defende o especialista.
2. Não generalize
"Evite generalizar a repulsa para pessoas, objetos ou situações em que essa reação não faz sentido. Por exemplo, não é racional sentir repulsa por pessoas de uma etnia diferente ou por um alimento com um aroma desconhecido", afirma ainda.
O que fazer para não transformar o medo em pânico
O pânico, geralmente associado a grandes estados de nervosismo ansiedade e stresse, pode causar ataques cardíacos e enfartes do miocárdio, defende um estudo internacional levado a cabo por cientistas e investigadores do Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School, nos Estados Unidos da América, divulgado publicamente nos primeiros dias de 2017.
Para combater o medo desde os primeiros momentos em que o sente, Fernando Magalhães, psicólogo clínico, também aponta uma série de estratégias:
- Encare-o como uma reação adaptativa e útil, em vez de se assustar com ele.
- Tenha períodos de descanso e de experiências positivas.
- Analise as situações em que surgiu e criar uma gestão da emoção, construtiva, compreensiva em que usa a emoção em vez de se preocupar com ela.
- Faça uma boa gestão do tempo e do stresse quotidiano.
A melhor forma de lidar com a raiva
É outra das emoções que os seres humanos experienciam quotidianamente. Não há quem, num momento ou outro, não a tenha sentido. Pode levar a uma explosão e não ser a reação mais útil ou adaptativa, pois, como lembra Fernando Magalhães, psicólogo, "não é um estado de observação racional". Em vez de se limitar a reagir, siga os conselhos do especialista:
1. Tente abrandar a respiração, sente-se e conte lenta e progressivamente.
2. Dirija a atenção para a inspiração e expiração e faça exercícios de contração e relaxamento muscular.
3. Lembre-se que as outras pessoas têm perspetivas diferentes da nossa e é inútil exigir que os outros devam saber ou comportar-se de acordo com as nossas regras.
Texto: Nazaré Tocha e Luis Batista Gonçalves com Fernando Magalhães (psicólogo clínico)
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