A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) apelou ao Presidente da República que vete a despenalização da eutanásia, depois de o parlamento ter aprovado ontem cinco projetos nesse sentido.
A Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos (APCP) lamentou a aprovação da despenalização da eutanásia no parlamento e pediu um esclarecimento ao Ministério da Saúde sobre os médicos que vão proceder à sua prática.
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos criticou a "forma precipitada" como a questão da morte medicamente assistida "foi colocada nesta legislatura" e aprovada na generalidade pelo parlamento "sem haver um debate profundo" na sociedade.
Dados de um estudo do Instituto de Ciências Sociais revelam que 43% dos inquiridos concorda com a eutanásia, contra 28% que discorda, mas 22% “tem uma posição intermédia”, segundo a investigadora Ana Espírito Santo.
Os projetos de despenalização da eutanásia foram aprovados, na generalidade, no parlamento, mas até ser lei há um longo processo legislativo, uma decisão do Presidente da República, sem afastar uma intervenção do Tribunal Constitucional (TC).
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, considerou que nenhum dos cinco projetos para a despenalização da eutanásia aprovados no parlamento oferece "maturidade suficiente" para a aplicação desta prática em Portugal.
O deputado do Chega desafiou hoje o Presidente da República a aceitar um referendo sobre a morte medicamente assistida e pediu que "não se esqueça" que Adolf Hitler despenalizou a eutanásia na Alemanha.
A deputada não inscrita Joacine Katar Moreira afirmou hoje que vai votar a favor dos cinco projetos sobre despenalização da morte medicamente assistida em nome da dignidade humana.
A ideia de que "ninguém pede para morrer se está bem" juntou hoje milhares de pessoas contra a despenalização da morte assistida junto ao parlamento, defendendo que há um país que está lá dentro e outro lá fora.
O CDS apelou hoje a que haja "resistência" perante uma possível aprovação da despenalização da eutanásia, vendo como legítimo um "recurso constitucional" ou a um referendo.
O deputado do PSD António Ventura manifestou-se hoje contra a despenalização da eutanásia, reconhecendo a liberdade de voto como uma decisão sem "calculismos partidários", enquanto André Coelho Lima vê na morte assistida um "ato de profundo amor pelo próximo".
O deputado do PCP António Filipe defendeu hoje que o "direito à vida é um direito fundamental, inviolável e irrenunciável" e que a "legalização da eutanásia" acrescenta "novos riscos" numa "sociedade determinada pelo capitalismo".
O partido Iniciativa Liberal destacou hoje que o seu projeto de lei sobre a eutanásia é o único que garante "acesso prévio aos cuidados paliativos", adiantando que votará contra os restantes diplomas.
O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) garantiu hoje que o seu projeto de lei sobre a despenalização da eutanásia "em nada" desresponsabiliza o Estado quanto ao dever de "garantir o acesso dos doentes aos cuidados paliativos".
O PAN - Pessoas-Animais-Natureza considera que o que está em causa no debate sobre a eutanásia é decidir manter ou não como crime punível com pena de prisão um “ato de bondade”.
A deputada socialista Isabel Moreira defende que cada pessoa deve ser “arquiteta livre do seu destino”, destacando que o que está em causa no debate sobre a morte assistida é despenalizar a eutanásia e não liberalizá-la.
O deputado José Manuel Pureza apresentou hoje o projeto de despenalização da morte medicamente assistida do Bloco de Esquerda (BE) como um "passo democrático" e recusou "manobras políticas oportunistas" ou "chantagens emocionais" nas decisões do parlamento.
A líder parlamentar do PS salientou hoje que a sua bancada tem liberdade de voto face aos projetos sobre morte medicamente assistida e que o diploma socialista apresenta garantias cautelares em relação à prática de eutanásia.
O Livre vincou o seu apoio à despenalização da eutanásia, discutida e votada hoje na generalidade na Assembleia da República, ressalvando que algumas das propostas apresentam "imprecisões dos termos" e "possível inconstitucionalidade".
A Ordem dos Farmacêuticos defende um maior debate sobre os projetos de lei relativos à morte medicamente assistida em apreciação hoje na Assembleia da República, um tema que diz precisar de maior discussão no seio da profissão farmacêutica.
Milhares de pessoas, na maioria jovens, iniciaram hoje uma concentração em frente da Assembleia da República, em protesto contra as propostas de despenalização da morte assistida em discussão e votação no parlamento.
O ex-líder da JSD Pedro Rodrigues assegurou hoje que articulará a resolução a pedir um referendo sobre a eutanásia com a direção da bancada e recusou que a sua iniciativa tenha por objetivo criar divisão interna no partido.
73% dos portugueses inquiridos num estudo são a favor da despenalização da eutanásia. Aqueles que são contra, apontam a religião como causa principal para essa opção. Estas são conclusões de um inquérito realizado pela "multidados.com - the research agency" em parceria com a agência de comunicação