Caracteriza-se por uma ansiedade e preocupação excessiva, incontrolável e desproporcionada, acerca de acontecimentos ou atividades rotineiras da vida.
Surgem associados sintomas físicos como agitação, nervosismo ou tensão interior, fadiga fácil e dificuldades de concentração ou esquecimentos. Irritabilidade, tensão muscular e perturbações no sono são outros sintomas associadas a esta doença psíquica.
Para ser feito o diagnóstico, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais da Academia Americana de Psiquiatria (DSM-IV), deverão ocorrer, para além da ansiedade e preocupação, três ou mais destes itens, durante mais de metade dos dias durante seis meses. No caso das crianças, apenas é requerido um item.
As causas
Existe uma série de fatores envolvidos, entre os quais genéticos (antecedentes familiares são um dos fatores de risco) e neurológicos, nomeadamente níveis anormais de certos neurotransmissores. Apesar desta perturbação começar na infância ou no início da adolescência, muitas vezes um fator stressante importante (divórcio, morte, desemprego, doenças crónicas, entre outros) pode exacerbar os sintomas piorando também ao longo do curso da doença nos períodos de maior tensão. O uso ou cessação de substâncias como álcool ou nicotina podem agravar a situação.
Os sintomas
A preocupação é o principal componente cognitivo desta perturbação. A preocupação em si não é patológica mas a preocupação patológica é disfuncional, excessiva e/ou irrealista sentida como incontrolável, levando frequentemente ao condicionamento da vida diária e a uma diminuição da qualidade de vida. Associado a isto surgem sensações somáticas desagradáveis, sendo a mais comum a tensão muscular mas também inquietação, tensão interior, fadiga, dificuldade de concentração e alterações do sono.
Como prevenir
O primeiro cuidado será o recurso a um profissional de
saúde.
Este poderá efetuar o diagnóstico correto da situação que inclui a
exclusão de outras patologias que possam estar associadas.
A aprendizagem em contexto psicoterapêutico do manejo das situações
stressantes e a elaboração de um plano terapêutico que, muitas vezes,
inclui a própria família, bem como hábitos de vida saudável, são
também importantes.
Tratamento
A abordagem terapêutica da fase aguda é normalmente feita com ansiolíticos do grupo das benzodiazepinas. No entanto, uma grande percentagem de doentes pode não vir a ter a
remissão dos sintomas com estes fármacos a longo prazo, após a
interrupção do tratamento. A este senão junta-se o risco de utilização
prolongada destes fármacos e o risco da dependência física. É frequente o
uso de antidepressivos com bons resultados.
Têm sido usados também
fármacos como a buspirona ou mais recentemente a pregabalina com bons
resultados. No campo da psicoterapia, destaca-se a terapia cognitivo-comportamental que visa alterar a forma como o indivíduo reage aos
acontecimentos, centrando-se na capacidade de identificação de
pensamentos (crenças) e comportamentos disfuncionais e promovendo
estratégias de coping e de adaptação aos acontecimentos stressantes. Os
exercícios de relaxamento são também um componente importante.
Revisão científica: Filomena Nabais (psiquiatra do British Hospital Lisbon XXI)
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