Existem no mercado dezenas de formulações de cálcio disponíveis, de venda livre, com graus muito heterogéneos de credibilidade técnica e científica. Por isso, no momento de optar por um, é normal que surjam dúvidas e interrogações, sobretudo quando não se tem a oportunidade de pedir opinião ao médico que habitualmente nos acompanha. «Um primeiro cuidado será optar por produtos comercializados por marcas sedimentadas no mercado», adverte Augusto Faustino, médico reumatologista da Clínica de Reumatologia de Lisboa e do Instituto Português de Reumatologia.
«Cada apresentação poderá dispensar uma dose variável por toma e, muitas vezes, não corresponde ao valor indicado na marca ou no rótulo, sendo necessário procurar com mais cuidado qual a dose efetiva de cálcio disponível com cada toma», alerta ainda o especialista. Existem formulações que, além do cálcio, também incorporam outras substâncias, muito em especial a vitamina D.
«O cálcio deverá ser tomado em dose adaptada à idade (jovens e idosos necessitam doses diárias mais elevadas), a determinadas situações fisiológicas (como a gravidez), a doenças (como a osteoporose) ou apenas como suplemento diário em caso de não ingestão de produtos alimentares que em regra são a sua fonte habitual (em especial os laticínios)», refere.
«A vitamina D só deverá ser adicionada se for identificada a sua deficiência (por análise de sangue) ou em idosos e pessoas confinadas a espaços fechados e sempre com controlo regular dos valores de cálcio no sangue e urina», esclarece ainda o especialista. «Casos de insuficiência renal muito acentuada ou de existência de cálculos renais implicam um cuidado muito apertado na suplementação, que deverá ser feita apenas sobre prescrição e vigilância médica e sujeita a rigoroso controlo laboratorial», diz ainda.
Para evitar problemas de saúde futuros, o ideal é aconselhar-se sempre com um médico ou com um farmacêutico antes de proceder a qualquer compra e toma, o que nem sempre sucede. «A banalização da suplementação de cálcio (e frequentemente de vitamina D), feita sem critério, fundamentação médica e vigilância analítica poderá ser uma prática perigosa», adverte o médico reumatologista da Clínica de Reumatologia de Lisboa e do Instituto Português de Reumatologia.
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