Farmácias Portuguesas
Os povos ibéricos trouxeram do continente americano para a Europa a planta do tabaco. Portugueses e espanhóis divulgaram e dispersaram o tabaco pela Europa.
Nessa altura era considerada uma planta com fins terapêuticos. Chamava-se, então, "droga panaceia", por se acreditar ter capacidade para tratar todas as doenças.
A partir da segunda metade do século XX, surgiram os primeiros relatórios que relacionaram o consumo de tabaco com doença respiratória, cardiovascular e cancro. Caíam por terra os estereótipos de associação do tabaco à masculinidade, nos homens, e à elegância e emancipação da mulher.
Se, nos dias de hoje, os malefícios do tabagismo ativo são incontestáveis – o tabaco é responsável por cinco milhões de mortes por ano – dá-se cada vez maior importância aos malefícios do tabagismo passivo, sobretudo em crianças.
As crianças, com o sistema imunitário e o aparelho respiratório imaturos, são muito sensíveis às substâncias químicas contidas no fumo do tabaco ambiental. E esses malefícios começam na gestação: regista-se uma maior taxa de abortos, nados mortos e crianças com baixo peso em grávidas fumadoras.
As crianças que convivem com fumadores ativos apresentam níveis mais elevados de doença, como otites, infeções das vias aéreas superiores, infeções brônquicas e a asma. São crianças mais doentes.
Presentemente dá-se particular realce ao chamado “fumo em 3.ª mão”. Este conceito deriva de uma realidade apenas recentemente apercebida: quando se fuma no interior de uma habitação, mesmo que se renove o ar da mesma, partículas do fumo do tabaco continuam a impregnar o meio ambiente, ficando retidas nas superfícies (paredes, soalho e teto), e em equipamentos como móveis, sofás e tapetes.
A mensagem é muito clara: fumar é sempre mau para a saúde; fumar no interior de uma habitação é mau para os que lá vivem, mesmo não sendo fumadores; quando há crianças na habitação, então não é mau… é péssimo.
Com os conhecimentos que hoje temos, fumar em ambientes em que coabitam crianças é uma prática inadmissível. Nunca o faça, por si e pelas suas crianças.
Texto de Jaime Pina (médico)
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