As conhecidas varizes e os derrames são a consequência mais evidente da existência de doença venosa crónica. Os “sinais de alerta” precoces são a sensação de pernas pesadas, o inchaço, a dor e, muitas vezes, as cãibras noturnas.

Estes sintomas podem ser agravados pelos fatores: idade (a partir dos 40), gravidez, uso da pílula, obesidade,  tabagismo, estar de pé ou sentada demasiado tempo. Esta doença pode ser de origem hereditária, e deve ser tido em conta um diagnóstico dos antecedentes pessoais e familiares.

A Doença Venosa é crónica, defindo-se como a dilatação das veias e consequente deformação, devido à estagnação do sangue, e traduz-se na má circulação dos vasos sanguíneos no percurso entre os membros inferiores e o coração.  O sangue fica estagnado nas veias, sendo que a má circulação afeta a zona capilar da pele, promovendo o aparecimento de derrames.

Esta acarreta desconfortos a nível das pernas, designadamente dores nos tornozelos e pernas, que se traduzem em dificuldade em dormir e dificuldade em efetuar as tarefas/atividades quotidianas, tais como subir escadas, ajoelhar-se, caminhar depressa, entre outras.

Com a contínua dilatação das veias, surgem as varizes. As conhecidas varizes e os derrames são a consequência mais evidente da existência de doença venosa crónica. Os “sinais de alerta” precoces são a sensação de pernas pesadas, o inchaço, a dor e, muitas vezes, as cãibras noturnas.

Com a evolução da doença aparecem complicações graves como alterações cutâneas e a úlcera de perna. O excesso de peso (muitas vezes provocado pelo sedentarismo), o tabaco, o álcool, a idade, o stress físico e psíquico, a hipertensão arterial, a gravidez, os contracetivos orais, entre outros, são os principais fatores de risco para o agravamento da doença venosa.

Rastrear para diagnosticar precocemente

Um terço da população portuguesa sofre de doença venosa. Segundo o inquérito Euroteste 2001, as mulheres são as mais afetadas: 2 milhões em idade adulta são portadoras da doença. Em 1,5% da população chega mesmo a ser diagnosticada úlcera de perna venosa, que corresponde à fase final na evolução da doença.

Nesta patologia o rastreio é o primeiro passo para prevenir o agravamento da doença. Eduardo Serra Brandão, Cirurgião Vascular e Diretor do Instituto de Recuperação Vascular (IRV), defende que “o rastreio da Doença Venosa tem como objetivo detetar a doença nas fases iniciais, nas pessoas que ainda não têm sintomas ou que os têm mas ainda não estão a ser tratadas.

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Pretende-se também alertar a população em geral para um problema que afeta um grande número de pessoas no dia a dia, seja em família ou no trabalho, provocando mesmo faltas recorrentes e eventuais reformas antecipadas”.

A Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular consciencializa a população portuguesa desde Abril sobre a Doença Venosa Crónica (DVC), vulgarmente conhecida como varizes e derrames.

Através da implementação de um questionário de autoavaliação (CIVIQ – Chronic Insufficiency Questionnaire) em Centros de Saúde de todo o país.Este questionário avalia o impacto da doença na população portuguesa, uma iniciativa pioneira na área venosa que vai auxiliar o médico no diagnóstico dos doentes.

Segundo o Professor Armando Mansilha, secretário-geral da SPACV, “esta ação inédita torna-se indispensável num país onde a DVC afeta muitos homens e mulheres.

O objetivo primordial é fazer um diagnóstico da situação e despertar a consciência da população para a necessidade de tratamento da DVC.” Em Portugal, à semelhança do que acontece em outros países, a DVC está sub-diagnosticada e subestimada, o que se traduz em graves repercussões sociais e económicas.

O facto da maior parte da população portuguesa desconhecer os sintomas e sinais subjacentes à doença e desvalorizar as consequências da mesma, encarando-a unicamente do ponto de vista estético e ignorando as complicações, tornam a implementação do questionário efetivamente importante.

Fatores de Risco

• Idade
• Obesidade
• Gravidez
• Muito tempo em pé e/ou sentada
• Contracetivos orais
• Tabaco
• Falta de exercício físico
• Predisposição genética
• Dieta pobre em fibras
• Uso de roupas apertadas
• Ambientes quentes

Recomendações 

• Faça exercício regularmente (caminhada, ciclismo, natação)

• Use sapatos apropriados (salto de 3 a 4 cm de altura)

• Evite roupas apertadas que podem interferir com a circulação venosa normal

• Consulte o seu médico regularmente e siga as suas indicações.

Agradecimentos: Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.*