Lidam diariamente com doenças infecciosas curáveis como tuberculose e infeções respiratórias, acompanham casos para os quais a ciência ainda não encontrou uma cura(como o VIH/ SIDA e seguem doentes sujeitos a tratamentos longos e complexos, de que é exemplo a hepatite C crónica.
O seu papel é ainda determinante na prevenção de doenças infecciosas, nomeadamente no universo da Medicina do Viajante.
Todos os dias, os médicos infecciologistas ajudam os outros a proteger o seu sistema imunitário. Mas o que fazem, no dia a dia, para manterem o seu corpo e a sua mente saudáveis? Inspire-se no seu exemplo.
Exercício físico
- Nadar e caminhar
Desde a natação, às caminhadas, passando pela dança, as práticas desportivas dos especialistas que colaboram nesta edição são variadas.«A natação é o desporto eleito pois é o menos propício a lesões. Tenho algum peso excedentário, mas na água sou uma modelo», refere Rita Faísca, médica infecciologista no Centro Hospitalar Cova da Beira. Também evita o carro sempre que o tempo o permite e tem a sorte «de estar rodeada de ar puro». Uma vez por semana (confessa que «é pouco mas é possível») explora caminhos pedestres.
- Correr e dançar
Cláudia Nazareth, médica infecciologista dos Hospitais da Universidade de Coimbra, tem outros gostos e pratica
semanalmente ballet e jogging. «O ballet dá-me especial prazer pois alia a dança ao exercício da boa postura. Desenvolve a força, mas também a elasticidade. Confere agilidade, bem como graciosidade», descreve. Quanto ao jogging, gosta do facto de «desenvolver resistência cardiovascular e gastar alguma energia acumulada ao longo da semana de trabalho, em que o sedentarismo domina.»
- Bicicleta indoor
Jorge Velez, médico infecciologista do Hospital Infante D. Pedro, acaba por revelar a sua relativa falta de tempo aliada a «alguma preguiça». Ainda assim, «diariamente, não deixo de fazer cerca de 25 intensos minutos de exercício em bicicleta estática. A motivação para tal passa por manter uma relativa forma física, por queimar calorias não desejáveis e, também, pelo relaxamento que isso me traz», diz-nos.
Tal hábito permitir-lhe-á, a longo prazo, «tentar prevenir uma eventual patologia cardiovascular». «Uma vez que tenho uma profi ssão sedentária, evito andar de elevador, preferindo as escadas normais às escadas rolantes, e usar o automóvel nas pequenas deslocações», acrescenta o especialista que revela tambémmanter «atualizadas as vacinas do calendário vacinal», refere.
Alimentação
- Vegetais e produtos lácteos magros
«Tomo sempre o pequeno-almoço, embora, por vezes, já no local de
trabalho. Privilegio os produtos lácteos magros. O almoço e o jantar
iniciam-se sempre com sopa de legumes, com pouca batata, e dou
preferência ao peixe e às carnes brancas, cozidas ou grelhadas»,
partilha Cláudia Nazareth.
No prato, os legumes têm sempre lugar e o
domingo é o dia eleito para comer sobremesa.
«Nos restantes dias, a
refeição termina comuma peça de fruta. A acompanhar, bebo água ou 1/3 de
copo de vinho tinto», diz-nos. Limita a ingestão de cafés a dois por
dia e só cede aos doces de vez em quando.
- Horários regulares
Jorge Velez opta por uma alimentação equilibrada onde se incluem o
peixe, a carne, as verduras, a fruta e os laticínios. «Reservo os doces e
o álcool para ocasiões especiais. Evito fritos», conta. Tenta também ter
horários fixos para as refeições e só cede à fast food esporadicamente.
- Comida caseira
Rita Faísca, face ao ritmo intenso diário, confessa-se menos
disciplinada e assume, por vezes, exagerar. Contudo, para compensar,
opta sempre que possível por comida caseira, com pouco sal, evita
gorduras até porque detesta fritos e condimentos. Não dispensa a fruta
e a sopa.
Saúde
- Vacinação
«Tenho as vacinas em dia, de acordo com o Plano Nacional de
Vacinação. Se viajo faço as respetivas profilaxias. Cumpro as
recomendações anuais da Direção Geral da Saúde», salienta Rita Faísca.
Cláudia Nazareth respeita a mesma regra, incluindo medicação
profilática no contexto de viagem ao exterior. Toma a vacina do tétano
de 10 em 10 anos e «a vacina da gripe, anualmente, até por motivos
profissionais».
- Exames médicos
Cláudia Nazareth tem por hábito fazer exames médicos em contexto de
doença aguda ou com a regularidade exigida pela Medicina do Trabalho.
«Contudo», refere, «tento não falhar os exames de rotina exigidos pelo
dentista e pela ginecologista, especialistas que consulto anualmente».
Jorge Velez revela que realiza os exames que a Medicina do Trabalho do
hospital onde trabalha considera necessários para o exercício da sua
profissão. «Incluem análises, uma radiografia torácica, um
eletrocardiograma, avaliação da acuidade visual e auditiva e prova
tuberculínica», refere.
6 hábitos que prejudicam a saúde
1. Trabalhar em excesso
2. Dormir pouco
3. Não ter horas certas para as refeições
4. Comer depressa
5. Preferir alimentos ricos em açúcares de absorção rápida
6. Não descansar ao fim de semana
Texto: Cláudia Pinto com Cláudia Nazareth, Jorge Atouguia, Jorge Velez e Rita Faísca (médicos infecciologistas)
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