A Síndrome Respiratória do Médio Oriente é uma doença infeciosa emergente, causada por um coronavírus (CoV), designado por Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus (MERS-CoV), que afeta o aparelho respiratório, originando geralmente infeções respiratórias moderadas de curta duração.
A entrada do vírus pode ocorrer por duas vias - endocitose ou fusão da membrana plasmática, sendo esta última a principal via. O período de incubação é de 2 a 14 dias.
O quadro clínico da infeção por MERS-CoV pode variar do estádio assintomático ou com sintomas respiratórios moderados, à doença respiratória aguda e grave e em alguns casos à morte. A sintomatologia mais comum inclui febre, tosse e dispneia. Os doentes podem ainda apresentar calafrios, odinofagia, rinorreia, mialgias, cefaleias e mal-estar geral. A rápida evolução dos sintomas iniciais pode originar insuficiência respiratória grave, que pode requerer internamento, acompanhada de febre alta, taquipneia, taquicardia e hipotensão.
A transmissão de MERS-CoV ocorre de pessoa para pessoa através das secreções respiratórias, por contacto direto e/ou indireto. A transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas. Durante o período de incubação e casos assintomáticos não são contagiosos. Os idosos, os imunodeprimidos ou os doentes com neoplasias, doença pulmonar, cardíaca ou renal crónica, diabetes são mais suscetíveis ao vírus.
A confirmação clínica de infeção por MERS-CoV baseia-se na deteção de sequências únicas de vírus ARN, através de rRT-PCR. O estudo laboratorial dos doentes revela geralmente leucopenia, linfopenia e trombocitopenia. É possível observar-se outras alterações como elevação das transaminases, da troponina, da creatinina, da proteína C reativa e baixos níveis de albumina.
Um artigo do médico Germano de Sousa, Especialista em Patologia Clínica.
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