O que é a Ressonância magnética (RM)?

A RM é uma técnica imagiológica usada na prática clínica desde os anos 80 que permite, sem o uso de radiação, a obtenção de imagens detalhadas dos vários órgãos e sistemas do corpo humano. É um exame seguro, não invasivo e como não usa radiação ionizante pode ser repetido, quando  indicado,  sem consequências para a saúde.

A informação obtida permite efectuar diagnósticos de múltiplas doenças, sendo usada na orientação diagnóstica e terapêutica do doente. Estes exames são realizados por médicos radiologistas e interpretados tendo em conta os restantes dados clínicos e laboratoriais. O exame é executado por um técnico de radiologia com formação específica na área de RM sob a orientação do médico radiologista.

O que fazer no caso de grande ansiedade ou claustrofobia?

A ansiedade associada a este estudo está na maioria das vezes relacionada com o desconhecimento das várias etapas do exame e o que acontece quando se está deitado no interior do túnel do aparelho. Uma explicação prévia ao paciente,  geralmente, é suficiente para uma maior tranquilização.

Existem aparelhos de RM de configuração "aberta" –geralmente de baixo campo magnético – sem o túnel e ainda aparelhos de alto campo magnético (1,5T) dedicados ao estudo articular em que o paciente fica sentado

Pacientes que sofrem de claustrofobia ou crianças poderão precisar de uma sedação para permitir a realização de um estudo com qualidade.

É necessária alguma preparação prévia?

A maioria dos exames não necessitam de preparação prévia, contudo, à chegada do serviço de Radiologia será necessário completar um questionário de segurança com informação clínica pessoal, especialmente sobre a presença de qualquer material metálico no corpo (ex: implantes, material cirúrgico de intervenções prévias), história prévia de alergias. Será também pedido que o doente remova a roupa e coloque uma bata própria (excepto a roupa interior se não tiver metal).

Qual a razão da grande preocupação sobre dispositivos médicos ou objetos metálicos nos inquéritos de segurança?

A maioria dos aparelhos de RM usados na prática clínica possuem um campo magnético  de 1,5 T (Tesla) - cerca de 30 000 vezes mais forte que o campo magnético terrestre – e que está sempre ligado mesmo quando o aparelho não adquire imagens. Alguns  objectos metálicos podem ser atraídos para o centro do aparelho movendo-se  rapidamente e  sendo, literalmente , projectados em direcção ao  túnel da máquina  e podendo causar lesões. Daí ser tão importante o correto preenchimento do inquérito e a remoção das roupas e acessórios.

Como se inicia o exame?

Numa RM convencional ou aberta o paciente é deitado numa mesa móvel  com a parte do corpo a examinar perto do centro da máquina para se obter a melhor qualidade de imagem possível. Numa RM de extremidades o paciente senta-se numa cadeira e apenas a articulação a examinar ficará no interior do aparelho.

Um dispositivo poderá será colocado sobre a área a examinar permitindo obter imagens de melhor qualidade. com os pés direcionados para o centro, outros com a cabeça. Protetores ou auscultadores auriculares são colocados e um dispositivo de emergência é posicionado numa das mãos para apertar em caso de necessidade.

O conforto do doente é assegurado, uma vez que ficará imóvel durante a realização do estudo.

O que acontece durante o exame?

Um exame de RM consiste em várias sequências de aquisição de imagem que duram, cada uma, geralmente menos de cinco minutos e que originam vários sons que correspondem à passagem da corrente eléctrica pelos vários componentes do aparelho. Os protectores ou auscultadores ajudam a reduzir o desconforto causado por estes sons.

Quanto tempo dura um exame?

Dependendo do protocolo e tipo de exame, varia entre 20 minutos até cerca de uma hora.

Será necessário administrar alguma substância durante o exame?

Alguns exames necessitam da administração de contraste (chamado gadolíneo) por via endovenosa. O contraste permite uma melhor avaliação de certos tipos de lesões ou estruturas anatómicas e será prescrito pelo médico radiologista responsável pelo exame.  O contraste administrado é seguro e raramente está associado a reações adversas ou complicações, as situações que contraindicam o seu uso são as patologias com insuficiência renal.

As explicações são do médico Pedro Rodrigues Alves, especialista em Radiologia no Clínica CUF Alvalade, Hospital CUF Descobertas e Hospital CUF Infante Santo.