A nossa casa é o nosso porto de abrigo. O templo onde nos refugiamos depois de um difícil dia de trabalho. Saiba como ligar o seu corpo com o ambiente envolvente.
Muitos dos problemas que interferem com a saúde física, emocional e espiritual podem ter como origem a nossa casa ou o nosso local de trabalho, isto porque estamos sempre em contacto energético com o local onde estamos, sobretudo onde passamos a maior parte do tempo.
Existem ambientes doentes que estão carregados negativamente, poluídos ou com energia estagnada e acabam por contaminar a energia das pessoas que frequentam este local.
A contaminação eléctrica e electromagnética, os efeitos da radioactividade como as radiações do subsolo e do ar, os materiais tóxicos empregados no uso de construções, as formas arquitectónicas e a poluição sonora transmitem-nos ondas de energia nociva que nos afectam, alterando o nosso humor e a nossa disposição.
Por isso, é muito importante que se mantenha um cuidado especial na manutenção de um ambiente limpo e saudável. Precisamos de limpar e de purificar o espaço, de modo a trazer boas vibrações e a transferir todas as energias nocivas e estagnadas, possibilitando desta forma uma harmonia completa, assim como um fluxo de prosperidade e abundância contínua.
A Geobiologia é a ciência que estuda a relação entre a Terra e o ser humano, analisando a influência directa que os ambientes exercem sobre a nossa saúde. É a disciplina que nos ajuda a compreender situações como a da Síndrome do Edifício Doente, uma condição médica descrita pela Organização Mundial de Saúde em 1983, segundo a qual indivíduos saudáveis adoeciam sem razão aparente, pelo simples facto de viverem ou trabalharem em determinados edifícios.
As energias telúricas podem afectar um determinado local, quer para o bem quer para o mal, e embora nos dias de hoje já haja aparelhos e ferramentas de diagnóstico que ajudam bastante o trabalho nesta área, nem sempre é fácil avaliar a qualidade da energia de um determinado lugar.
Com as diversas preocupações típicas da sociedade em que vivemos, como o custo monetário da construção de um edifício, o seu valor no mercado, a lei da oferta e da procura, as propostas e/ou as ofertas de “facilitadores” de vida que utilizamos nos espaços, que vão desde um simples aquecedor a óleo, até um aparelho de ar condicionado ou um televisor, não estamos despertos para características bastante mais importantes, como a “saúde do nosso espaço”.
O nosso espaço deve ser encarado como uma terceira pele, depois da própria pele e da roupa que usamos. A casa, o espaço de trabalho ou qualquer outro que utilizemos têm também uma vida própria. Embora de uma forma invisível, o espaço respira, flui, e vive.
Sempre que o nosso espaço não vive em saúde, também nós podemos apresentar sintomas de stress, como fadiga, perda de memória, falta de concentração, enfraquecimento do sistema imunitário, doenças degenerativas e alergias, entre outros.
Nos dias de hoje, estamos também expostos a fontes de distúrbios dos campos magnéticos. Nas cidades temos imensas superfícies de betão ou de asfalto que nos isolam dos campos magnéticos terrestres; temos edifícios de betão armado, e sabemos hoje que as ausências de campos magnéticos naturais podem ser uma fonte de problemas (dores de ombros, costas e nuca, vertigens e insónias, enxaquecas, obstipação permanente e desequilíbrios do sistema nervoso).
Para além disso, temos as ondas electromagnéticas, as radiações e os ruídos que poluem as nossas casas. Tudo isto pode também contribuir para o desequilíbrio e consequente estado de doença.
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Deve também reforçar o seu sistema imunitário através de hábitos saudáveis, alimente-se bem, com qualidade, respeite os horários, aproxime-se da natureza, faça caminhadas na praia ou espaços verdes.
A qualidade do ar também é importante. Tenha o espaço arejado, ventilado, evite espaços com humidades e bolores, evite também os ambientes “queimados” pelos aparelhos de ar condicionado. Tenha plantas vivas dentro dos espaços, tenha dispositivos de água em movimento, para que possa ter um ambiente fresco e saudável.
Dentro do possível, utilize ao máximo materiais naturais, fibras como o algodão, o linho, a madeira, as argilas, a pedra e, de preferência, que respeitem as normas de extracção, de produção e de utilização, com responsabilidade quer social quer ecológica.
Qualidade interna do ar
- Use plantas de interior
- Não fume nem permita que outros o façam
- Abra as janelas para renovação do ar
- Instale exaustores e/ou ventiladores
- Lareiras e aparelhos de ar condicionado devem ser limpos regularmente
Poluição electromagnética
- Mantenha os aparelhos eléctricos desligados da tomada quando não estão em uso
- Evite muitas horas em frente ao computador e, se possível, instale monitores LCD
- Troque as carpetes por pisos não sintéticos, para diminuir a electricidade estática
- Evite mobílias e outros materiais metálicos. Prefira materiais mais naturais e não metálicos
Qualidade de iluminação
- Utilize lâmpadas incandescentes ou, para economizar energia, utilize lâmpadas frias com espectro amarelo de emissão
- Sempre que possível, utilize e optimize a iluminação natural, criando espaços e aberturas para entrada da luz solar, directa ou indirecta
Materiais de construção
- Sempre que comprar ou renovar móveis, prefira os produtos naturais, se possível de madeira certificada
- Evite plástico e metais como materiais principais de mobília
- Escolha tintas que não possuam metais pesados e compostos orgânicos voláteis, e que não selem a parede, impedindo-a de “respirar”
Formas harmoniosas
- Construa a partir de formas regulares e orgânicas
- Evite formas irregulares
- Evite formas extremamente pontiagudas
- Não utilize telhados invertidos
Decoração equilibrada
- Abuse das plantas naturais na decoração
- Evite o uso de obras de arte abstractas, principalmente esculturas ou pinturas com formas pontiagudas
- Use a decoração como parte integrante do local e faça com que, para além de bonita, esta seja funcional
Vermelho
Use vermelhos apenas quando quiser incentivar uma dinâmica maior nalgum espaço.
Azul
Tons azuis, pelo contrário, tendem a acalmar um local. Utilize-os quando assim for necessário.
Amarelo
Os tons amarelos e terra estimulam a estabilidade, criatividade e a concentração.
Laranja
Os tons laranja estimulam o dinamismo. Carregam a vitalidade do vermelho e o equilíbrio do amarelo. Devem ser utilizados em áreas onde as actividades exijam muita atenção e respostas rápidas.
Verde
Os tons verdes favorecem o crescimento equilibrado e a manutenção dos ciclos. Na dúvida conte sempre com o verde.
Preto
Tons escuros e negros devem sempre ser evitados, a não ser para ambientes técnicos específicos.
Branco
O branco é um tom neutro, uma vez que é composto por todas as tonalidades. Assim, o ambiente utilizará aquela de que necessita. Na dúvida também pode sempre recorrer ao branco.
Texto: Alexandre Gama, professor de Feng Shui
Edição: Patrícia Velez Filipe
Fotografia: ©marilyn barbone - Fotolia.com
Agradecimentos: Instituto Macrobiótico de Portugal, Lisboa
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