Em ambiente urbano, este inseto impõe uma vigilância constante e combate urgente e atempado, sobretudo em caso de ataques severos e sucessivos, dadas as consequências negativas que trazem à saúde pública: as lagartas libertam milhares de pelos urticantes que se espalham pelo ar, podendo causar graves reações alérgicas.

A processionária do pinheiro (Thaumetopoea pityocampa) é um lepidóptero (geralmente designada de borboleta), tipicamente mediterrânico, que se alimenta das agulhas do pinheiro e de outras coníferas (ex. Cedros).

É a principal praga desfolhadora de pinheiros em Portugal e o dano acontece devido à alimentação dos estados larvares durante o inverno, após esta fase larvar passa à fase final onde ocorre a “procissão” de descida, entre janeiro e abril dependendo da região do país, para se enterrarem no solo onde irão concluir esta mesma fase e ascendem à fase de pupa, esta fase ocorre geralmente entre abril e maio.

É então que quando finalizada a fase de pupa iremos ter a borboleta, estanho aberta a fase reprodutiva desta espécie, consequentemente, a colocação dos ovos nas agulhas dos pinheiros dado assim início a uma nova geração.

Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento desta praga, sobretudo devido às condições climáticas, e cada vez mais em ambiente urbano, pelo que a processionária exige vigilância constante e um combate urgente e atempado para evitar riscos para a saúde pública.

A presença da lagarta-do-pinheiro é fácil de ver nas árvores. Entre julho e novembro, observam-se tufos de agulhas avermelhadas, ligadas por fios sedosos, nos ramos expostos ao sol. Os ninhos grandes, em forma de balão, constituídos por fios brancos e sedosos, na ponta dos ramos expostos ao sol, aparecem a partir do outono, fazendo lembrar algodão doce.

Onde e quando surge esta praga?

Normalmente não matam as árvores, mas debilitam-nas de tal forma que favorecem o aparecimento de outras pragas, podendo mesmo levar à morte de exemplares mais “debilitados”.

Não obstante, um dos problemas mais graves criados por estes insetos deve-se ao facto de as larvas, a partir da terceira fase de desenvolvimento, aquando “procissão” de disporem de uma grande quantidade de pequenos pelos urticantes.

Estes, quando libertados, podem entrar em contato com a pele, olhos, lábios ou mucosas das pessoas ou animais domésticos, podendo provocar graves reações alérgicas e, em caso mais graves, necrose dos tecidos se ingeridos.

Esta praga afeta sobretudo: zonas habitacionais, Parques Públicos e Florestas, Parques Infantis, Escolas e Creches e Áreas Recreativas como campos de futebol, piscinas abertas e outras instalações desportivas, basicamente locais onde existe proximidade de pinheiros.

Como identificar?

Para conseguir eliminar eficazmente uma infestação de Processionária do Pinheiro, é essencial identificá-la atempadamente para que a praga seja removida antes de estar completamente desenvolvida.

A forma mais comum de identificar uma infestação de Processionária do Pinheiro é através do seu estágio em cada época do ano. Os sintomas mais comuns de cada época são:

- Outono/inverno, ninhos de Seda nos topos dos pinheiros;
- Inverno/primavera visualização de lagartas a descerem os troncos dos pinheiros.

Porque o contato direto com a lagarta pode originar uma reação alérgica, que varia consoante a sensibilidade da pessoa e a intensidade da exposição, aconselha-se o tratamento por uma equipa especializada.

Mas sabia que a lagarta do pinheiro também afeta os animais domésticos? Por isso se tiver um animal doméstico e notar alguma alteração (geralmente alteração na coloração da língua) recorra ao veterinário.

Autoria: Joana Mateus, Responsável Técnica Anticimex (empresa especialista em controlo de pragas)