Um novo estudo norte-americano publicado na Annals of Internal Medicine sobre os dois tipos de dieta mais comuns, as dietas baixas em calorias (diminuição da gordura) e as dietas baixas em hidratos de carbono, acaba de concluir que as dietas ricas em boas gorduras e proteínas associadas à diminuição dos hidratos de carbono são eficazes na perda e gestão do peso e apresentam melhores resultados na diminuição do risco da doença coronária.
Conduzido por 15 especialistas, o ensaio clínico teve a duração de dois anos e teve como objectivo avaliar o impacto dos dois diferentes tipos de dieta no peso e na saúde da amostra.
Os participantes, 307 com uma idade média de 45 anos, foram divididos em dois grupos. Os que seguiram uma dieta baixa em hidratos de carbono passaram a ingerir uma dose limitada de hidratos de carbono (20g por dia durante 3 meses) com consumo de gorduras e proteína sem restrição.
A partir dos 3 meses, o consumo de hidratos de carbono foi aumentando (aumentando 5g por dia todas as semanas ) até o peso desejado ser atingido. Os participantes que seguiram uma dieta de restrição calórica diminuíram o consumo de calorias para 1200-1800 por dia.
Ao longo de dois anos, os indivíduos foram avaliados aos 3, 6, 12 e 24 meses de acordo com o peso perdido, mas também ao nível do seu perfil lipídico, tensão arterial, corpos cetónicos na urina, densidade mineral óssea, composição corporal e outros sintomas.
Os resultados revelaram que apesar dos indivíduos de ambas as dietas terem perdido 11% do peso no primeiro ano e 7% no segundo, os seguidores da dieta de restrição em hidratos de carbono apresentaram uma maior redução da tensão arterial, dos triglicéridos e no colesterol VLDL.
Ao nível do colesterol HDL, ou o bom colesterol, o grupo da dieta com redução de hidratos de carbono registou um maior aumento dos valores, chegando aos 23% em 2 anos. Neste sentido, os investigadores concluíram que apesar de ambas as dietas serem bons planos para a perda de peso, as de restrição em hidratos de carbono são a melhor opção para reduzir os factores de risco para doença coronária.
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A evidência dos benefícios de uma dieta pobre em hidratos de carbono tem sido a conclusão de vários estudos publicados durante 2010. Por exemplo, o estudo publicado no Journal of The American Heart Association revela que as dietas restritivas em hidratos de carbono não só são uma boa alternativa a dieta calórica como apresentam tão bons ou melhores resultados em termos de reversão de problemas relacionadas com a carótida.
Um outro artigo, publicado em Agosto de 2010, conclui que as dietas que aumentam o consumo dos hidratos de carbono e reduzem as gorduras saturadas podem causar deslipidemia, um dos mais importantes factores de risco da aterosclerose, a principal causa de morte dos países desenvolvidos, que consiste na presença de níveis elevados de gordura no sangue.
Por seu turno, a substituição dos hidratos de carbono pelas gorduras saturadas originou uma redução do rácio total entre o colesterol LDL e HDL. Para Teresa Branco, fisiologista na gestão do peso “estes novos estudos vêm comprovar os benefícios das dietas pobres em hidratos de carbono ao nível coronário, contrariando o mito que ainda subsiste, principalmente em Portugal.
A dieta Atkins, que é focada nos estudos como a metodologia que os investigadores seguiram no grupo das dietas de baixos hidratos de carbono, revolucionou o sector ao apresentar uma metodologia que corta nos hidratos de carbono em vez das gorduras.
“Estes estudos e outros que têm sido publicados vêm demonstrar que dietas como a Atkins são, hoje em dia, uma boa alternativa às dietas de restrição calórica. Tudo depende do caso em questão, mas as recentes conclusões científicas vêm retirar, claramente, a conotação negativa que era dada à restrição de hidratos de carbono. Uma pessoa, mediante o seu perfil metabólico, pode encontrar na Atkins a metodologia ideal para perder e manter o seu peso” afirma Teresa Branco.
Agradecimentos: Teresa Branco
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