A doença bipolar ou maníaco-depressiva, como era designada até à década de 90, é uma doença psiquiátrica caracterizada por alterações acentuadas do humor.
Essas alterações manifestam-se tanto de elevação (mania), como de abaixamento (depressão), que têm séria repercussão nas sensações, emoções e comportamento dos doentes. O conceito de humor refere-se à regulação pelo cérebro do estado de ânimo, que define o nível de energia, vitalidade e emocionalidade.
Apesar de não ter cura, pode ser tratada. Em média, são precisos 10 anos para chegar ao diagnóstico da doença.
Como se manifesta o transtorno bipolar?
Caracteriza-se pela presença de fases de perturbação com dois polos, mania e depressão. Na fase de elevação patológica do humor, a pessoa tem excitação, hiperatividade, aumento de energia e euforia. Em geral, não se sente doente, mas o seu comportamento altera-se com desinibição, condutas inadequadas na esfera social, irritabilidade, conflitualidade, abuso de álcool, entre outros comportamentos.
O grau de elevação do humor pode ser leve (hipomania), mais difícil de reconhecer, ou grave, acompanhado por delírios de grandeza e alucinações (psicose maníaca). A fase depressiva é caracterizada por tristeza, perda de energia e vitalidade, alterações do sono, do apetite, do peso e do desejo sexual, pessimismo e auto-desvalorização.
A pessoa perde interesse por hobbies, pelo trabalho e retrai-se socialmente. É frequente o choro. Em casos extremos, pode conduzir ao suicídio. A pessoa com doença bipolar tem sucessivas fases de depressão ou mania, mais ou menos frequentes, de diversa gravidade e duração.
Qual é a causa, pode ser hereditário?
Há vários fatores que predispõem para a doença, mas o seu conhecimento ainda é incompleto. A hereditariedade tem um peso determinante mas não se devem subestimar outros fatores como o stress prolongado, certos estilos de vida com alterações do ritmo repouso/vigília e o uso de substâncias nocivas para o cérebro.
Quem afeta?
A percentagem da população com doença bipolar é de 1 e 2 por cento.
Como se trata?
Os medicamentos que estabilizam a regulação do humor têm um papel importante (incluem alguns antiepiléticos e os antipsicóticos de nova geração). Deve tratar-se os episódios agudos, por vezes com a necessidade de hospitalização, e depois definir-se um plano de tratamento a longo prazo para a prevenção de novos acessos.
A doença não se cura, mas pode ser controlada, permitindo que muitos doentes tenham uma vida social, profissional e familiar muito razoáveis, desde que seja cumprida a adequada terapêutica preventiva. Para além disso, não dever ser esquecida a abordagem psicológica que visa consciencializar sobre a doença e o tratamento, melhorar a adaptação social e familiar e corrigir estilos de vida nocivos. Os grupos de autoajuda de associações de doentes e familiares podem ser muito úteis também.
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