O cancro do pâncreas é uma doença silenciosa, apresentando apenas sintomas numa fase já bastante avançada da doença. Apesar de ser o segundo cancro mais frequente do tubo digestivo é considerada uma doença rara, pois a sua incidência, que corresponde ao número de doentes que sobrevive após o diagnóstico inicial, é baixo (cerca de 2% aos 2 anos) considerando que 60% dos doentes são diagnosticados em estádios avançados, com metastização.
Nesta altura, o objetivo do tratamento já não é a cura, mas sim o controlo dos sintomas bem como a melhoria da qualidade de vida. 
Recentemente foram publicados dados epidemiológicos, com previsões para os próximos anos, no Annals of Oncology, que mostram que o cancro do pâncreas é a única doença oncológica no qual não se prevê uma diminuição nas mortes associadas. Ao contrário dos outros, o cancro do pâncreas regista um aumento da mortalidade. 
Segundo a publicação, para este ano prevê-se que cerca de 41.000 mulheres e 41.300 homens morram de cancro do pâncreas, o que representa um ligeiro aumento desta doença nos últimos anos.
Ainda se desconhecem as causas exactas do cancro do pâncreas, apesar de algumas investigações terem revelado que existem alguns factores de risco associados como o tabagismo, a obesidade, a diabetes, o consumo de álcool e dietas ricas em gorduras.
O cancro do pâncreas, é um dos mais letais tipos de cancro, cerca de 99% das pessoas diagnosticadas com cancro do pâncreas morrem da doença, constituindo a quarta maior causa de morte na União Europeia e a quinta causa mais comum de mortes por cancro no mundo.
O cancro do pâncreas ocorre quando se formam células malignas no pâncreas. A doença progride rapidamente mas, normalmente, é assintomática nos estadios iniciais. 

Sintomas
Os sintomas deste cancro passam pela perda de apetite, náuseas, vómitos, perda de peso e, por vezes, anemia e icterícia.
O acompanhamento de médico e do especialista é essencial, pois proporcionam as ferramentas existentes necessárias para tratar desta doença o melhor possível. 
É importante ressalvar, uma vez mais, que as pessoas com estilos de vida mais saudáveis tendem a ter menos risco de desenvolvimento de doenças como o cancro do pâncreas, o que reforça a importância da aposta da população em escolhas mais saudáveis, que comportam menos riscos para a saúde.
Por Ana Castro, Médica Oncologista