Os alegados alertas sobre o perigo para a saúde resultante da (re)utilização dos plásticos de garrafas, recipientes para cozinhar e armazenar alimentos e, até, biberões, circulam na internet há, já, vários anos.
Têm diversas frentes e sustentam os seus argumentos em informação alegadamente científica, mas que é totalmente falsa.
Conheça-os um a um.
Plásticos no microondas
Utilizar plásticos no microondas e congelar garrafas de água de plástico cria dioxinas, substâncias carcinogénicas e altamente tóxicas para o organismo que podem contaminar a comida/água?
A verdade
As embalagens e filmes plástico utilizados em contacto com alimentos e bebidas não contêm os constituintes químicos necessários para formar as dioxinas. As dioxinas só se produzem através da combustão a muito altas temperaturas (acima dos 700 º Fahrenheit ou 668 º Centigrados), temperaturas essas que os microndas nunca atingem.
Os materiais plásticos utilizados no fabrico de embalagens destinadas a contacto com alimentos têm de obedecer a apertadas regulamentações (quer europeias quer provenientes do FDA, Food and Drug Administration) e são submetidos aos mais diversos testes que as mesmas impõem, antes de poderem ser comercializados.
Estas embalagens são concebidas e testadas para suportarem as temperaturas geradas nos microondas e nos congeladores, contendo símbolos específicos que permitem a sua identificação.
Plásticos das garrafas (não) contêm químicos
Os plásticos utilizados no fabrico de garrafas contêm químicos (bisfenol A e DEHA) perigosos para a saúde?
A verdade
Atualmente, todas as garrafas para bebidas são fabricadas com base na matéria-prima PET (polietileno Tereftalato), cuja inocuidade é comprovada pelas autoridades reguladoras (FDA nos EUA e EFSA na Europa). A substância bisfenol A (BPA) não é utilizada no fabrico das garrafas para bebidas.
A substância DEHA não está presente nas garrafas PET e, mesmo que estivesse, a sua presença não significaria qualquer risco para a saúde dos consumidores, já que está autorizada pelas autoridades competentes para aplicações que envolvam contacto com alimentos.
Outras confusões
Depois de aberto, qualquer recipiente de comida ou bebida (plástico ou não) pode ser contaminado com bactérias, que encontram as condições ideais para se desenvolver em ambientes quentes e húmidos.
Não existe, contudo, nenhum perigo de contaminação química daí decorrente, nem risco aumentado de cancro, como diz um alegado alerta de saúde sobre as garrafas de água de plástico deixadas no carro.
Revisão científica: APIP – Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos
Fontes: FDA Consumer U.S. Food and Drug Administration, Plastic Division of the American Chemistry Council e American Cancer Society
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