Estômago vazio não tem ouvidos, já diziam os antigos! E com razão. O pequeno-almoço é a primeira refeição do dia, o que significa que é fonte de energia [hidratos de carbono) e nutrientes como vitaminas e minerais essenciais para ajudar o organismo e o cérebro a funcionar depois de oito horas de sono.
Agora, um novo estudo publicado no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity vem reforçar outra ideia há muito avançada nos estudos que avaliam o estado nutricional: Os jovens com 11, 13 e 15 anos que tomam o pequeno-almoço comem mais verduras e frutas comparativamente com aqueles que não comem nada pela manhã ou mesmo que fazem refeições irregulares [pequeno-almoço; almoço ou jantar].
O estudo desenvolvido pelo National Institute of Public Health, University of Southern Denmark adianta ainda que as rotinas familiares e o cumprimento dos horários das refeições em família criam o ambiente propício para o desenvolvimento de hábitos saudáveis à mesa. Por isso, o dia deverá começar com um bom pequeno-almoço.
Boas rotinas, logo ao acordar.
Os hábitos alimentares adquiridos na infância são para a vida. E, no caso do pequeno-almoço, os benefícios para a saúde são imediatos. Por um lado, está provado que as crianças que tomam o pequeno-almoço são menos obesas; têm tendência para consumir alimentos mais equilibrados ao longo do dia; e, por fim, para além de garantir um bom desempenho físico e intelectual, também está provado que as crianças que tomam o pequeno-almoço têm maior capacidade de concentração.
Desde o pequeno-almoço mais tradicional passando pelos cereais de pequeno-almoço, existem diferentes alimentos que podem ser incluídos para quebrar o jejum. Mas alguns estudos sugerem que a combinação de um produto que contenha cereais integrais [pão ou cereais de pequeno- almoço, por exemplo], um produto lácteo [iogurte ou leite] e uma peça de fruta [variar, de preferência] constituem a melhor opção nutricional para começar o dia.
Ler os rótulos para escolher o melhor.
Um hábito que está a ganhar importância na hora de fazer as compras no supermercado é olhar para os rótulos nutricionais. A sua leitura atenta permite fazer as escolhas mais adequadas e nutricionalmente mais equilibradas. Assim, quando toma um pequeno-almoço tradicional lembre-se que a carcaça ou o croissant, mais a manteiga, o queijo, o fiambre ou o doce, o leite [gordo ou magro], com ou sem açúcar ou café… representam um determinado valor calórico que poderá sempre contabilizar. No caso dos cereais de pequeno-almoço é mais fácil fazer as contas, já que na embalagem está a informação por 100 gramas de produto e, até mesmo o valor nutricional por 30 gramas de produto com leite [porção recomendada e equilibrada].
Um dos receios de algumas mães é o excesso de açúcares que, acreditam, que os cereais de pequeno-almoço têm. Mais uma vez, os rótulos disponibilizam informação que lhe permitirá escolher o produto em função do tipo de cereal [dê preferência aos que têm cereais integrais como primeiro ingrediente]; à menor percentagem de açúcares, ao maior teor de vitaminas ou de cálcio.
Já sabe, a monotonia é inimiga da vontade de comer. Por isso, varie as suas refeições. Pão fresco, torradas, ovo cozido, iogurtes de sabores ou alternar entre diferentes cereais de pequeno-almoço, puxe pela imaginação. Resista à tentação dos produtos de panificação açucarados, normalmente muito doces e com baixo valor nutricional. Gestos simples que criam bons hábitos alimentares e que fazem a diferença no dia-a-dia do seu filho.
Ana Leonor Perdigão
(Nutricionista)
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