Muito presente em alimentos como a soja, os espinafres e a laranja, o ferro é um dos sais minerais essenciais ao bom funcionamento do organismo.

Tem um papel fundamental na constituição da hemoglobina contida nos glóbulos vermelhos, assim como na mioglobina dos músculos.

Uma parte do ferro é eliminada pelo organismo todos os dias.

Quando a ingestão de ferro é insuficiente em relação às perdas cria-se um desequilíbrio. A falta de ferro em quantidades suficientes pode conduzir a uma anemia. Por outro lado, a ingestão excessiva de ferro pode ser perigosa, dado que este se acumula no fígado. Fala-se então de hemossiderose. Não confunda com hemocromatose, que é uma doença hereditária causada pela má utilização do ferro pelo organismo e sua consequente acumulação.

Uma ingestão excessiva de ferro pode causar lesões no fígado e no pâncreas, podendo, nos casos extremos, conduzir à cirrose e à diabetes. Pode causar dores abdominais, pigmentação cutânea, doenças cardíacas e até depressão. No entanto, é praticamente impossível existirem níveis perigosos de ferro por ingestão alimentar.

O que ocorre com alguma frequência é a ingestão acidental de comprimidos com ferro por parte das crianças de tenra idade, podendo ter graves consequências e até provocar a sua morte. A dose mortal por excesso de ferro situa-se a partir dos 200 mg/kg de peso. A partir de níveis sanguíneos de 350 ug/dl, existe necessidade de hospitalização dado a mortalidade ser elevada.

Texto: Carlos Ferreira (médico de Clínica Geral na Clínica de Todos-os-Santos em Lisboa)