Tal como afirmam diversos especialistas, a vida cada vez mais sedentária da população bem como os maus hábitos alimentares (abuso de fast food, alimentos pré-cozinhados, gorduras saturadas) influenciaram o aumento desproporcionado da obesidade.

Hipoteticamente, qualquer pessoa pode emagrecer se restringir a ingestão de alimentos e aumentar a actividade física, mas há quem pareça fugir à regra.

Porque é que isso acontece? Como é possível ter quilos a mais se come pouco? O stress pode ser o culpado? Tudo tem uma reposta.

Pode-se ganhar peso por comer pouco e mal, por comer em excesso, por ter uma dieta desequilibrada... Em comum estas causas têm o facto do organismo receber mais calorias do que as que gasta e esse excesso calórico traduz-se em gordura acumulada e, consequentemente, em quilos a mais.

O excesso de peso pode desencadear diversos problemas que minam a qualidade de vida: cansaço ao menor esforço, sonolência, apatia sexual, perda de agilidade, entre outras alguns deles.

No entanto, há consequências mais graves, entre as quais os problemas cardíacos, a hipertensão arterial, a diabetes, o mau funcionamento do aparelho respiratório, as doenças de rins, fígado e vias biliares, dor nas articulações e hérnias. As causas do excesso de peso são variadas e numa mesma pessoa podem coincidir. Conheça algumas delas.

11 factores que fazem aumentar o peso

Falta de equilíbrio energético

Para manter um peso saudável, o balanço energético tem de garantir que a ingestão e o gasto de calorias está equilibrado.

Se comer o mesmo que gasta, mantém o peso, mas se a ingestão for maior que o gasto, o peso aumenta.

Se o gasto é maior, com o passar do tempo, o peso diminui.

Pouca actividade física

Andar sempre de carro, mesmo em pequenos percursos, passar muitas horas em frente à televisão ou ao computador, falta de tempo para praticar exercício...

Ter uma vida sedentária faz com que o gasto calórico seja escasso e as pessoas mais inactivas têm maior probabilidade de ter excesso de peso porque não queimam calorias e isto aumenta também o risco de sofrer de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, cancro do cólon e outros problemas de saúde.

Porções XXL

A cultura gastronómica americana está a contagiar a Europa e, cada vez mais, tende-se a comer quantidades maiores, sobretudo de fast food: Pizzas familiares, menus grandes a um preço menor, bebidas açúcaradas extra grandes... Demasiadas calorias vazias, que se transformarão em gordura no seu organismo.

Pouca ingestão de alimentos frescos

Cinco porções diárias de fruta e legumes, acompanhadas de peixe e carne e não adicionar gordura à comida quando cozinha são regras básicas de uma alimentação saudável.

Os genes e os antecedentes familiares

O excesso de peso e a obesidade tendem a ser hereditários. E os genes são também os que, em grande medida, ditam o armazenamento e em que partes do corpo isso acontece.

Hábitos familiares

As crianças adoptam os hábitos alimentares dos pais. Deste modo, uma criança com pais com excesso de peso provavelmente consome alimentos com muitas calorias e é inactiva, logo, também terá peso a mais. Se a família adoptar hábitos alimentares saudáveis e praticar exercício, as probabilidades da criança ter excesso de peso diminuem.

Problemas de saúde

As patologias hormonais podem provocar excesso de peso e obesidade. Os dois mais comuns são:

  • Hipotiroidismo: a glândula da tiróide não produz hormona tiroideia suficiente. Quando isto acontece, o metabolismo fica mais lento, provocando o aumento de peso a largo prazo. Esta deficiência também produz cansaço e debilidade.
  • Poliquistose ovárica: esta doença dos ovários afecta entre cinco a dez por cento das mulheres em idade fértil. Às vezes são obesas, têm excesso de pêlos no corpo e sofrem problemas reprodutivos devido a concentrações altas de hormonas chamadas andrógénias. Controla-se com medicação.

Alguns medicamentos

Os corticóides, os antidepressivos e os fármacos para as convulsões podem causar aumento de peso. Estes medicamentos podem diminuir a velocidade à qual se queimam calorias, aumentar o apetite e fazer com que o corpo retenha mais água e tudo isto conduz ao aumento de peso.

Factores emocionais

Estar chateado, stressado, triste ou eufórico pode fazer com que se coma mais do que o habitual e, geralmente, abusa-se nas gorduras e nos açúcares. Isto provoca um inevitável aumento de peso se não for acompanhado do aumento da actividade física.

Idade

À medida que se envelhece, tende-se a perder massa muscular, especialmente se não se faz exercício. A perda de massa muscular pode diminuir também a velocidade à qual se queimam calorias.

Se a pessoa não reduz o consumo de calorias à medida que envelhece pode engordar. Nas mulheres, o aumento de peso na idade madura deve-se, sobretudo, ao envelhecimento e ao estilo de vida, mas a menopausa também interfere devido às alterações hormonais.

Falta de sono

As hormonas que se libertam durante o sono controlam o apetite e o
uso de energia. Por exemplo, a insulina controla os níveis de glicose no
sangue durante o sono e as pessoas que dormem pouco têm concentrações
de insulina e glicose no sangue semelhantes às que são propensas à
diabetes.

Para além disso, têm concentrações altas da hormona responsável
pela sensação de fome, a grelina, e baixos níveis de leptina, que
controla essa mesma sensação.

Reacções que engordam

Algumas respostas do organismo aos alimentos não só podem provocar doenças como também engordar. Quando o seu corpo rejeita determinados alimentos produz duas reacções...

  • Imunológica: significa que aumenta a imunoglobina G, um anticorpo que defende o organismo dos alimentos que considera agressores. É uma reacção alérgica.
  • Metabólica: quando as enzimas encarregues de digerir alimentos que se comem diariamente e que podem ser tóxicos (por exemplo, café em excesso) se esgotam dá-se uma sensibilidade ou intolerância alimentar (uma espécie de alergia suave), que se manifesta por uma inflamação dos tecidos e acumulação de líquidos.

Isto pressupõe um aumento de volume e peso resistente a dietas que incluam esses alimentos. Muitos nutricionistas utilizam testes de sensibilidade ou intolerância alimentar para saber que alimentos geram esta resposta.

Esses testes consistem numa análise ao sangue, na qual se encontra toda a informação sobre os alimentos negativos para a pessoa em causa. Uma vez descobertos os culpados, basta deixar de os comer para perder peso.