O estudo, publicado na revista americana Science, explica pela primeira vez como este vírus previamente inofensivo se transformou numa ameaça global para a saúde.

Acredita-se que a mutação em uma de suas proteínas estruturais, chamada pRM, ocorreu antes do surto de 2013 na Polinésia Francesa, destaca o estudo.

Essa mudança no revestimento protetor do agente patógeneo tornou o zika mais propenso a matar células cerebrais em desenvolvimento, em comparação com versões mais antigas do vírus, mostraram as experiências em laboratório

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A mudança, conhecida como S139N, que envolveu a substituição de um aminoácido serina por um aminoácido arginina, foi uma das "muitas mudanças" que o vírus zika sofreu no seu genoma entre 2010 e 2016, afirma o estudo.

O zika foi detetado pela primeira vez num macaco no Uganda em 1947. Nas pessoas, era conhecido por causar sintomas leves e passageiros ou mesmo assintomático.

Mas em 2015, o Brasil - o país mais atingido pelo surto - registou os primeiros casos de bebés com cabeças abaixo da média. Esta condição, conhecida como microcefalia, foi mais tarde relacionada à infeção por zika em grávidas.

O zika hoje está presente em 84 países. O vírus é contagioso e pode ser transmitido pela picada de um mosquito infetado e, com menos frequência, por contacto sexual.

A Organização Mundial da Saúde declarou o zika uma emergência internacional de saúde pública em fevereiro de 2016, tendo suspendido esse status em novembro do mesmo ano.

O zika é particularmente perigoso para mulheres grávidas, visto que pode causar microcefalia e outras malformações congénitas em fetos, e em adultos aumenta o risco de desenvolver a síndrome de Guillain-Barré.