“Na Guiné-Bissau, os resultados do sequenciamento genético realizado em quatro casos confirmados de Zika (…) mostraram de modo preliminar que os casos são da linhagem africana e não da linhagem asiática” do vírus, na origem da atual epidemia no Brasil e na América Latina, explicou a Organização Mundial de Saúde (OMS) num comunicado divulgado na noite de quinta-feira (01/09).

Cabo Verde continua assim a ser até ao momento o único país onde a estirpe asiática do vírus foi registada desde o início da epidemia na América Latina em meados de 2015.

“Ainda que a linhagem africana (…) identificada na Guiné-Bissau não esteja associada a microcefalia e a outras complicações neurológicas é necessária uma vigilância acrescida”, sublinha a agência da ONU.

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O comunicado indica ainda que cinco casos de microcefalia na Guiné-Bissau estão a ser analisados para determinar se estão relacionados com o vírus Zika.

Desde o início da atual epidemia, mais de 1,5 milhões de pessoas foram infetadas com Zika só no Brasil e mais de 1.600 bebés nasceram com cabeças e cérebros anormalmente pequenos. Setenta países e territórios registaram casos de infeção com o vírus Zika, que é transmitido por mosquitos e para o qual não existem vacinas ou tratamentos específicos.

Em fevereiro, a OMS decretou o surto do vírus Zika na América uma “emergência de saúde pública de importância internacional”, devendo dizer hoje se mantém a avaliação.

Um terço da humanidade - 2,6 mil milhões de pessoas - vive em regiões onde o vírus Zika pode propagar-se, principalmente em zonas da Índia e China, mas também em vários outros países asiáticos e do sudeste africano, segundo um estudo publicado esta sexta-feira (02/09). Portugal não escapa às áreas de risco.