As detenções ocorreram durante os meses de dezembro e janeiro, sob a acusação de “perturbação da ordem pública”, de acordo com um anúncio feito pela organização de defesa dos Direitos Humanos através da rede social Twitter.
Entre os detidos estão jornalistas, artistas, escritores ou professores, denunciou a mesma fonte.
“Ficamos 24 horas na esquadra da polícia até que nos libertaram. Mas, quando achávamos que o assunto estava resolvido, no dia 18 de dezembro, a polícia começou a prender pessoas. Pelo menos quatro amigos meus desapareceram. As suas mães estão à procura deles porque querem saber para onde foram levados”, denunciou Zhi Xin, uma jovem que participou nos protestos, citada pela organização.
O descontentamento popular generalizado por toda China com a política de ‘zero covid’ resultou em protestos e vigílias pacíficas em cidades como Pequim e Xangai, no final de novembro. Os manifestantes manifestaram o seu repúdio às restrições então em vigor e mostraram folhas de papel em branco, numa critica à censura que vigora na imprensa e redes sociais do país.
Os protestos eclodiram após a morte de 10 pessoas, num incêndio num prédio sob bloqueio na cidade de Urumqi, no noroeste da China. Para além de mostrarem o seu descontentamento com a política de ‘zero covid’, os manifestantes exigiram a renúncia do presidente chinês, Xi Jinping.
Alguns internautas também difundiram textos na rede social WeChat que consistiam apenas em palavras como “bem”, “sim” ou “tudo bem”, em protesto contra a remoção sistemática de conteúdo crítico à atuação das autoridades.
As autoridades reagiram com o aumento do destacamento policial e o isolamento das áreas onde foram realizados protestos. Desde então, alguns depoimentos nas redes sociais denunciaram a detenção de manifestantes.
Logo após os protestos, as autoridades começaram a desmantelar a política de ‘zero covid’, dando origem a uma vaga de infeções sem precedentes e a uma crise de saúde pública no país.
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