O projeto I-MOVE+, que hoje apresentou em Lisboa os resultados de Portugal, estuda desde 2008 a efetividade da vacina antigripal na população europeia, ou seja, determina a performance da vacina contra a gripe em condições reais na população.

Segundo explicou à agência Lusa Baltazar Nunes, especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), os resultados da efetividade da vacina na última época gripal estão dentro dos valores expectáveis.

Desde que é estudada a efetividade da vacina, os valores mais elevados registaram-se em 2009/2010 – ano da pandemia da gripe A – e os resultados mais baixos na época 2014/2014 e 2011/2012, com valores que rondaram apenas os 20% de efetividade.

Em 2015/2016 a efetividade foi de 54% na população geral e de 63,9% no grupo alvo da vacinação (pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, grávidas e profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados).

A elevada efetividade da vacina desta última época vacinal deveu-se ao facto de haver uma correspondência entre a composição da vacina e o vírus em circulação.

Baltazar Nunes lembrou que a composição da vacina contra a gripe é decidida sempre em fevereiro, antes mesmo de se saberem exatamente que vírus estarão em circulação no outono e inverno seguintes.

O especialista defende, por isso, que avaliar a efetividade permite conseguir detetar de forma precoce diferenças entre os vírus a circular e a vacina, remetendo as autoridades para outro tipo de intervenções.