28 de julho de 2014 - 12h39

“Há crescentes dificuldades no acesso aos cuidados de saúde e faltam condições para o cabal exercício da atividade médica, aí é que gostaríamos que o ministro da Saúde fizesse incidir os seus cuidados”, disse à agência Lusa o porta-voz do Movimento, Manuel Villas Boas.

O responsável falava à Lusa a propósito do novo Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias da Saúde, que é hoje apresentado e que prevê que a indústria farmacêutica tenha de compensar o Estado caso os medicamentos que coloque no mercado não obtenham os resultados esperados.

Para o responsável esta é uma medida “pontual” que não resolve os problemas de fundo do Sistema Nacional de Saúde, que se têm vindo a agudizar nos últimos tempos.

“Tem de haver um controlo às farmácias e à indústria farmacêutica em relação à medicação que é posta ao serviço do utente, mas esta é uma vertente do problema”, disse Manuel Villas Boas.

O porta-voz dos utentes lembrou as restrições na dispensa de medicação mais adequada face à patologia de cada doente, e consequente acesso aos tratamentos, além da redução do número de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários.

De acordo com o responsável, o SNS tem vindo a sofrer igualmente com “acentuadas filas de espera” para intervenções cirúrgicas, com o encerramento de unidades e com a falta de profissionais médicos nos centros de saúde e até nas suas extensões.

Para Villas Boas há ainda o problema das “pressões inadmissíveis” na prescrição de medicamentos, fator que considera que tem vindo a conduzir à “privação do direito à saúde” consagrado na constituição.

“O mais grave disto é que conduz à morte de utentes por falta de prontidão na assistência devido a restrições e cortes cegos. A agravante disto tudo é que mais casos irão ocorrer, o que representa a prática de um verdadeiro crime”, frisou.

Por Lusa