Dezenas de pessoas que vivem em Cascais em situação de maior dificuldade económica beneficiam atualmente da ajuda de dez farmácias do concelho, que lhes oferecem os medicamentos, um projeto lançado há cinco meses pela autarquia.

A Câmara de Cascais foi pioneira deste projeto, idêntico ao que anunciou, este domingo, o secretário de Estado da Segurança Social. Segundo Marco António Costa, o Plano de Emergência Social que o Governo está a preparar prevê a distribuição de medicamentos a famílias carenciadas através de um processo de reutilização.

Segundo a vereadora responsável pela Ação Social do executivo de Cascais, Mariana Ribeiro Ferreira, a iniciativa, ainda recente [cinco meses], pretende prestar auxílio a famílias carenciadas, dando já apoio a dezenas de famílias.

“Até agora o balanço deste protocolo é muito positivo, tem funcionado bem e nota-se que é uma grande ajuda a pessoas que não conseguem fazer face às despesas, principalmente os idosos com pensões muito baixas”, contou.

Com vergonha de assumirem a sua vulnerabilidade económica mas sem forma de evitar as dificuldades ao final do mês, várias famílias estão neste momento a contar com o apoio das instituições da Rede Social de Cascais para garantirem a sua sobrevivência.

Assim, depois de a Câmara de Cascais ter chegado à conclusão de que a maioria das verbas disponibilizadas à Rede Social do concelho serviam para a compra de medicamentos, a autarquia decidiu lançar, em fevereiro, o “Projeto Farmácias do Concelho de Cascais”.

A contar com o apoio de Instituições de Solidariedade Social (IPSS) do concelho, estas pessoas podem acorrer a uma das dez farmácias que integram o protocolo, aquela onde já estão identificados, e receber gratuitamente os medicamentos que precisam.

Para beneficiarem desta ajuda, basta que, numa primeira visita à farmácia, a pessoa seja acompanhada por uma assistente social da instituição a que pertence para que exponha a situação e assegure que daí em diante o utente possa solicitar os seus medicamentos sem qualquer diferença.

“Queremos fomentar a coesão social e salvaguardar a dignidade das pessoas”, justificou Mariana Ribeiro Ferreira.

As 10 farmácias envolvidas no projeto, das freguesias de Alcabideche, Cascais, Estoril, Parede e São Domingos de Rana, já disponibilizaram até ao momento seis mil euros em medicamentos.

O projeto deverá agora ser levado a outros concelhos, de acordo com o previsto no Plano de Emergência Social a ser implementado até outubto.

Marco António Costa afirmou que o ministério da Solidariedade Social anunciará "até final do mês" um plano que contemplará um processo nacional para replicar "bons exemplos" como os já praticados em Cascais e no IPO de Lisboa, na recolha e reutilização de medicamentos.

19 de julho de 2011

Fonte: Lusa