Um quinto dos médicos que trabalha nos serviços de urgência dos hospitais públicos tem mais de 55 anos, tendo já atingindo a idade que lhes permite pedir dispensa integral dessa função.

De acordo com o Jornal de Notícias, os mesmos profissionais mantêm-se nos serviços por "solidariedade", para dar resposta às necessidades dos hospitais.

Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) referentes a junho, 2.549 dos 12.789 médicos especialistas que fazem urgências têm mais de 55 anos. Ou seja, 19,93% do total.

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"Grande desgaste"

No entanto, só 1.637 pediram dispensa, o que representa 12,8% do número total dos médicos nessa faixa etária.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos, frisam que muitos destes médicos aceitam continuar a fazer turnos diurnos e noturnos nas urgências para dar resposta às necessidades dos pacientes. "[A maioria] fá-lo por necessidade do hospital", disse o bastonário.

"É uma atividade de grande desgaste", explica ainda. "Conheço centenas de médicos mais novos que se pudessem deixavam de fazer urgências já amanhã", acrescentou.