A plataforma digital vai permitir à UA combinar a testagem de alta sensibilidade por RT-PCR e a auto testagem rápida com kit de antigénio, tornando possível realizar milhares de testes por dia. Com isso, a UA vai contribuir decisivamente para o programa nacional de massificação dos testes da covid-19.
A validação dos novos métodos será feita brevemente através da testagem de toda a academia de Aveiro (mais de 15000 testes num único dia) seguida de testagem contínua por amostragem com testes de saliva RT-PCR de alta sensibilidade. A plataforma digital para facilitar a massificação da testagem, registo de amostras e envio dos resultados, esta está a ser desenvolvida através de uma parceria com a empresa BMD software instalada no Parque de Ciência e Inovação (PCI-Aveiro).
“O iBiMED tem tido um papel ativo e inovador no combate à COVID-19, tanto ao nível da testagem do SARS-CoV-2 de alta sensibilidade por RT-PCR como na vigilância das suas variantes por sequenciação genómica, tendo realizado mais de 35 mil testes de RT-PCR em colaboração com uma vasta rede de 145 instituições regionais”, descreve o responsável.
Entre as instituições referidas estão os Centros Hospitalares do Baixo Vouga, de Entre o Douro e Vouga, os ACES e as creches e lares da região de Aveiro e de Viseu-Dão Lafões, em articulação com a Cruz Vermelha Portuguesa, e com o Instituto de Segurança Social, do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. A capacidade de testagem do iBiMED aumentou de 70 a 90 testes por dia no início de abril de 2020 para 400 testes por dia atualmente.
O desafio, sublinha Manuel Santos, “foi grande e o percurso difícil”. “O medo inicial de trabalhar com o SARS-CoV-2 ultrapassou-se gradualmente, foram construídos novos laboratórios que melhoraram significativamente as condições de biossegurança, adquiriram-se novos equipamentos através de verbas próprias que foram angariadas através de projetos nacionais e regionais”, lembra.
“Os novos laboratórios de Medicina do Genoma do iBiMED, que acolhem atualmente a testagem de SARS-CoV-2, entraram em funcionamento em agosto de 2020, tendo melhorado significativamente as condições de trabalho. Novos desenvolvimentos esperados para as próximas semanas incluem automação de uma parte significativa do fluxo de testagem, para aumentar a capacidade de testagem de alta sensibilidade por RT-PCR para cerca de 800 testes por dia”, diz.
O novo Laboratório de Medicina do Genoma, que está integrado no Consórcio Nacional GenomePT de sequenciação de genomas, lançou um programa de vigilância regional das variantes do SARS-CoV-2 por sequenciação do genomas, em colaboração com os Centros Hospitalares do Baixo Vouga, de Entre o Douro e Vouga, o ACES de Santa Maria da Feira/Arouca, e o Centro Médico da Praça de São João da Madeira, havendo interesse em alargar esta parceria aos Centros Hospitalares de Vila Nova de Gaia/Espinho e de Tondela/Viseu.
Esta iniciativa de vigilância regional das variantes, desvenda Manuel Santos, “é articulada com o programa de vigilância nacional das variantes coordenado com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), que envia mensalmente amostras ao iBiMED para a sequenciação genómica”.
Destes grandes desafios, lembra Manuel Santos, “realçam-se a importante articulação que se estabeleceu entre o iBiMED e a Reitoria da UA, o importante contributo da Reitoria na interação com as instituições regionais e a mobilização dos investigadores mais jovens para esta missão humanitária e voluntarista. Esta conjugação de esforços releva de modo muito significativo o papel da UA na importante missão de promover o desenvolvimento da região e o bem-estar da sua população”.
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