Três em cada dez residentes em Portugal Continental precisam de
percorrer, pelo menos, 45 minutos de estrada para aceder a tratamentos
de radioterapia, revela um estudo da Entidade Reguladora da Saúde,
divulgado esta noite.
De acordo com a Entidade Reguladora de Saúde
(ERS), "uma parte significativa da população residente no Alentejo e no
Centro está localizada a mais de 60 minutos de um estabelecimento
prestador de cuidados de saúde com um serviço de radioterapia", sendo a
realidade entre as diferentes administrações regionais de saúde "muito
heterogénea".
Já analisado o rácio de médicos especialistas em
radioterapia, por milhão de habitantes, verifica-se que o rácio mais
elevado mantém-se na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e
Vale do Tejo com 11,9, seguido da ARS Norte (9,21), Centro (8,60),
Alentejo (5,87) e Algarve, com 4,4 médicos especialistas a tempo inteiro
e parcial por milhão de habitantes.
"No atual contexto económico,
financeiro e social e, como visto, normativo, revela-se essencial que
qualquer resposta às necessidades dos utentes não esqueça a capacidade
do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a já instalada capacidade de
resposta do setor privado", diz a ERS.
Assim, aponta o organismo,
"a RRH [Rede de Referenciação Hospitalar] de Oncologia, que venha a ser
implementada (...) por cada uma das ARS, ao abrigo das suas
competências, deverá atender não só à capacidade de resposta e aos
recursos disponíveis existentes no SNS, mas igualmente, ainda que a
título complementar, à capacidade do setor privado já instalada".
A
ERS sublinha, por outro lado, que os tempos máximos aceitáveis, tal
como constantes do Manual de Boas Práticas de Radioterapia, publicado
pela Direção Geral da Saúde, "são respeitados pela generalidade dos
estabelecimentos na resposta aos utentes que aguardam tratamentos".
Lusa
2012-08-10
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