25 de junho de 2013 - 16h26
Um quarto dos implantes mamários do fabricante PIP que foram retirados em França a mais de 16.000 mulheres tinham sinais de rotura ou vazamento, informou hoje a Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM) francesa.
Um total de 16.426 mulheres foram operadas para retirar os implantes desde que investigadores descobriram que aquelas próteses eram duas vezes mais propensas a ruturas que as de outras marcas e que o fabricante francês Poly Implant Prothese (PIP) tinha utilizado silicone industrial no enchimento, segundo a ANSM.
Dos 28.276 implantes retirados, 7.186 ou 25,4 por cento tinham defeito, disse.
Dos implantes com defeito, 4.406 tinham ruturas e em 1.976 outros existia vazamento do gel ilegal, adiantou a agência.
Os dados da ANSM aplicam-se apenas a França, segundo a agência France Presse.
Calcula-se que 300.000 mulheres em 65 países receberam implantes mamários PIP, 30.000 das quais em França.
As informações em 2011 sobre os defeitos nos implantes desencadearam preocupação em todo o mundo, mas as autoridades da saúde de diversos países consideraram que as próteses não eram tóxicas e não aumentavam o risco de cancro da mama.
A ANMS disse hoje ter encontrado 70 casos de cancro da mama entre mulheres com implantes PIP, mas adiantou que “os tumores detetados não estão ligados” às próteses.
O fundador da empresa PIP Jean-Claude Mas, de 73 anos, foi acusado de homicídio e fraude, os implantes da marca foram proibidos e a companhia foi dissolvida.

Em abril, o Infarmed tinha registado em Portugal a rutura de pelo menos 64 implantes mamários da empresa framcesa.

Lusa