“Admito que nem tudo possa estar a funcionar como deve em todos os sítios. O que vamos anunciar na próxima semana é quais são os casos onde isso possa não acontecer, de forma a dar previsibilidade às pessoas”, disse Manuel Pizarro.

Em Matosinhos, no distrito o Porto, e questionado sobre quais as especialidades mais afetadas, o governante disse: “Em alguns casos na obstetrícia, noutros a pediatria, e outras”.

“Veremos. Vamos anunciar isso [respostas alternativas] com um plano de previsibilidade. É muito importante para as pessoas, que ficam a saber com o que podem contar, e muito importante para os nossos serviços porque vamos preparar as respostas alternativas. Nenhuma portuguesa e nenhum português deixará de ter uma resposta do SNS”, acrescentou.

Quanto à questão sobre esta situação se repetir num período de festas e férias, o que sobrecarrega o SNS e os profissionais de saúde, Manuel Pizarro admitiu também que estes “vêm de dois anos e meio muito violentos”, reiterando a ideia de que o “plano de previsibilidade é muito importante”.

“O mês de dezembro teve uma dificuldade maior: dois fins de semana prolongados. Foram ultrapassados com boa resposta. E agora temos o período de festas e, não nos podemos esquecer que os profissionais de saúde vêm todos de dois anos e meio muito violentos do ponto de vista da sua prestação profissional em que houve adiamento de férias, proibição de férias. Há, evidentemente, uma fadiga com a qual temos de lidar, mas com previsibilidade vamos assegurar respostas a todas as pessoas”, concluiu.

Vi os profissionais e os doentes felizes

Antes, quando questionado sobre a visita que realizou na quinta-feira ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para acompanhar o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma visita para a qual a comunicação social não foi convocada, Manuel Pizarro disse que o momento serviu para “prestar solidariedade aos profissionais e aos doentes”. “Foi uma visita muito útil. Vi os profissionais e os doentes felizes por verem ali o mais alto responsável da nação a manifestar a sua preocupação”, disse o ministro.

Pizarro disse que quis ver a realidade no local, bem como “prestar a solidariedade e agradecimento aos profissionais incansáveis” e deixar uma “mensagem de solidariedade aos doentes”.

O ministro da Saúde reiterou ainda que, com esta visita, teve a certeza de que “o SNS tem sido capaz de responder e responder em rede”, antes de responder a perguntas relacionadas com um caso de troca de exames no Hospital de Penafiel que veio a público também esta semana. “Não desvalorizo nada. Tudo merece ser investigado para que não se repita. Mas quero deixar uma mensagem de tranquilidade. Na esmagadora maioria dos atendimentos, as pessoas são atendias com maior qualidade e segurança”, referiu.

Manuel Pizarro frisou a expressão “alegada troca” ao responder sobre a situação de um doente que morreu uma hora depois de ter tido alta em Penafiel, no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), num caso em que a família fala em troca de exames e admitiu o avanço para uma investigação.

“Todos os casos em que as coisas possam não ter corrido bem são alvo de uma avaliação: primeiro uma avaliação interna e depois uma avaliação pelas entidades próprias”, concluiu, no Hospital Pedro Hispano, onde foi inaugurar o Centro de Endoscopia Avançada e presidir ao Encontro "O Papel das Unidades Locais de Saúde no SNS"

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