A notícia é avançada hoje pela TSF. "Numa profissão exigente como é a medicina era importante que todos os médicos se esforçassem por usar um computador", defende o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Henrique Martins, à referida rádio.

Henrique Martins lamenta, no entanto, que sejam tantos os médicos a recusar-se a usar o computador, recorrendo a uma prerrogativa legal que lhes permite alegar que têm incapacidade para usar meios informáticos.

Infoexcluídos ou resistentes?

Segundo a TSF, Henrique Martins diz que o número é elevado e não acredita que sejam tantos os clínicos, numa profissão tão complexa e exigente como a medicina, que exige atualização constante, a não saber trabalhar com computadores.

"Há trabalhos que temos de fazer com essas pessoas para que elas percebam o que a lei diz. E a lei diz que essa exceção existe para quem de facto não se consegue adaptar", admite o responsável.

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Receita no telemóvel

O Ministério da Saúde lançou esta quarta-feira uma nova aplicação que permite aos médicos passarem receitas através do telemóvel, um passo que visa diminuir os mais de três milhões de receitas que ainda são passadas manualmente.

“Até aqui o médico tinha de usar computador com leitor de cartão, para o cartão da Ordem dos Médicos ou cartão do cidadão”, indicou, acrescentando que a partir de hoje passa a poder usar a chave móvel digital com valor de assinatura.

Isso permite que as receitas médicas sejam passadas pelo médico através do telemóvel, sendo a receita eletrónica enviada diretamente para um número de telemóvel ou e-mail do utente. “A vida fica muito facilitada quando os doentes precisem de telefonar aos seus médicos ou em deslocações ao domicílio”, considera Henrique Martins.

Dados dos SPMS indicam que só no ano passado foram prescritas mais de meio milhão de receitas manuais e no domicílio, com os antigos modelos de receita A5 em papel.