Segundo o porta-voz do SIC de Luanda, Fernando de Carvalho, foram já detidas três pessoas, entre as quais uma mulher, que fabricava e vendia a bebida.

“Por agora não podemos adiantar mais, porque ainda não temos os resultados laboratoriais, mas confirmamos a morte de cinco pessoas por congestão alcoólica”, disse o responsável, em declarações à agência Lusa.

Fernando de Carvalho frisou que são dados preliminares e que continua no terreno a equipa de investigação.

Entretanto, a rádio pública angolana noticiou que subiu para oito o número de mortes, entre os quais uma adolescente de 14 anos.

A administradora-adjunta de Viana, Njinga Tuta, confirmou a morte de oito pessoas na sequência da ingestão de uma porção de “caipirinha”.

O caso ocorreu no bairro da Caop, em Viana, e envolve uma bebida à qual foi dado o nome de “caipirinha do azar”, uma mistura de bebidas, nomeadamente “água do chefe” [bebida artesanal destilada, composta por açúcar e fermento], capassarinho [um fruto com efeito alucinogénio] e combustível JET A1, para aviões.

Segundo o coordenador da Comissão de Moradores do bairro, António Costa, a bebida provoca como sintomas dor de cabeça, do corpo, enjoos, mal-estar geral, dificuldades para andar, além da perda de visão.

“Há outras pessoas no setor 12, mas não conseguimos chegar lá. A informação que nos passaram é que consumiram uma bebida, a qual chamam água do chefe, misturada com JET e outros produtos que não conseguimos identificar, mas dizem ser uns botões que vêm de uma lavra, fizeram a mistura dessa bebida e a sua ingestão dá problemas de coluna e outros sintomas”, explicou António Costa.

De acordo com o responsável da comissão de moradores, foi dado apoio às famílias para apanharem um táxi e levarem os afetados ao Hospital Josina Machel.