O tratamento em estudo consiste na aplicação de células estaminais mesenquimais na área afetada pela lesão, com o objetivo de promover a regeneração das várias camadas da pele, sem necessidade de enxertos.

"Esta tecnologia envolve a expansão, em laboratório, de células estaminais obtidas a partir de medula óssea. A estas, é adicionado um reagente que se transforma num gel, seguidamente aplicado sobre a lesão. O objetivo é acelerar a regeneração dos tecidos e, consequentemente, reduzir o tempo de recuperação dos doentes, minimizando o risco de infeções a que estão sujeitos", explica Bruna Moreira, investigadora da Crioestaminal, uma empresa sediada em Cantanhede que criou o primeiro banco de criopreservação em Portugal.

No final de 2016, o novo tratamento foi testado em crianças de 2, 4 e 6 anos, com queimaduras graves de 2.º e 3.º grau, e todas apresentaram resultados favoráveis.

Em 2017, registaram-se mais dois casos de sucesso, numa criança de 10 anos com queimaduras de 2.º grau em 60% do corpo e num adulto de 72 anos. Os resultados, considerados promissores pela equipa responsável, tornam expectável que cerca de 30 pessoas beneficiem do novo tratamento, ainda este ano, neste hospital privado venezuelano.

As queimaduras são lesões muito comuns e, dependendo da sua extensão e profundidade, pode ser necessária a utilização de enxertos de pele. Geralmente, no caso de queimaduras profundas, recorre-se à intervenção cirúrgica, com a colocação de enxertos de pele para cobrir as áreas queimadas e ajudar a regenerar os tecidos. Contudo, em casos de lesões muito extensas, pode não ser possível cobrir toda a área afetada, o que condiciona o tempo de recuperação dos pacientes e o risco de possíveis infeções a que estão sujeitos.

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