As recomendações fazem parte do relatório de análise da aplicação durante três meses do estado de emergência no país devido à covid-19, e que está a ser debatido hoje no Parlamento Nacional.

Intitulado “A grande estratégia de combate ao SARS-CoV-2 em Timor-Leste”, o documento, a que a Lusa teve acesso, aponta “necessidades que importa solucionar, particularmente numa altura em que os especialistas alertam para a possibilidade de uma segunda vaga da doença”.

Entre várias recomendações, o relatório destaca a necessidade de viabilizar o comércio nacional e internacional e o processo de desenvolvimento nacional, bem como a eventual criação de um Centro Nacional de Prevenção e Controlo de Doenças e de um Sistema de Alerta Nacional.

As autoridades devem ainda promover exercícios de prontidão operacional em situações de crise ou calamidade publica, descentralizados pelos municípios, e promover a difusão de informação credível e de educação informal.

Entre as recomendações contam-se a criação de um ‘stock’ mínimo de emergência de equipamentos de proteção individual, ventiladores, testes e reagentes, com reforço no investimento na saúde e na capacidade do sistema.

O documento defende a atualização e clarificação das competências das diferentes estruturas, e uma aposta na qualificação e formação dos recursos humanos.

O relatório, preparado pelo Estado-Maior Coordenador da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), pede melhores métodos de gestão e “definição de liderança”, especialmente em quadros que requerem soluções interministeriais, bem como um reforço dos apoios às famílias, empresas e trabalhadores.

O texto identifica várias carências, incluindo a limitada capacidade de resposta do sistema de Saúde timorense, a “falta de consciência nacional em termos de saúde pública”, de informação credível, que “origina o pânico geral da população”, de educação informal sobre situações de crises e de um sistema de alerta nacional.

O relatório nota que no primeiro período do estado de emergência, o Estado “melhorou exponencialmente a sua capacidade de atuação”, especialmente no que toca às condições de confinamento obrigatório e à capacidade para detetar casos.

Mantiveram-se, porém, “condições ainda deficientes para tratamento de casos graves e críticos”, num “ambiente político mais consensual, apesar de tenso” e com “melhor coordenação intersetorial”.

No segundo período foi possível “suspender novas entradas na fronteira, melhorar o dispositivo logístico, focalizar nas quarentenas, efetuar triagens nas unidades de saúde e vigilância sentinela, detetar ativamente casos, expandir exames laboratoriais, identificar contactos e isolar e tratar casos.

Um sucesso pela maximização das “capacidades mínimas disponibilizadas pelo Governo ao CIFGC, que ainda assim, em tempo útil, conseguiu conter e identificar os casos sintomáticos e assintomáticos, minimizando assim uma potencial propagação do surto”, conclui o relatório.