A Pfizer anunciou hoje que a Comissão Europeia aprovou o Tafamidis, um medicamento que evita o transplante hepático em doentes com paramiloidose, diz a farmacêutica que comprou a patente do fármaco, em comunicado.

Esta aprovação representa um “avanço importante” no tratamento desta doença, uma vez que este é o “primeiro e único medicamento aprovado atualmente para retardar o compromisso neurológico periférico em doentes com paramiloidose no início dos sintomas”, diz a Pfizer.

As pessoas que sofrem com a também denominada doença dos pezinhos necessitam “urgentemente de uma terapêutica efetiva”, explica a Pfizer, dizendo-se “orgulhosa por poder disponibilizar esta fármaco para o tratamento dos doentes com esta doença genética rara e debilitante”.

O presidente das Associação Portuguesa de Paramiloidose realçou que esta aprovação é uma “ótima notícia para todos aqueles que sofrem com esta patologia”.

Carlos Figueiras, em declarações à Lusa, lamenta apenas que o Governo se tenha “escondido atrás desta aprovação para não ter disponibilizado, mais cedo, o medicamento aos doentes, à semelhança do que aconteceu em outros países da União Europeia”.

Mas, agora, “já não existem mais árvores onde se possam esconder”, frisou.

O também enfermeiro lembra que há um “prazo de 90 dias” para que o Tafamidis possa ser prescrito aos doentes portugueses, sendo que deverá estar disponível no início do próximo ano.

Apesar desta “boa notícia”, os paramiloidoticos mantêm-se “apreensivos e só acreditam que esta luta chegou ao fim quando puderem tomar o comprimido”, concluiu Carlos Figueiras.

A farmacêutica confirma que já está a trabalhar com as autoridades de saúde nacionais na União Europeia para lançar o novo tratamento e antecipa que os profissionais de saúde poderão prescrevê-lo em alguns países europeus “no início de 2012”.

Conhecida como a “doença dos pezinhos”, a paramiloidose é uma doença neurológica, rara e sem cura, que se manifesta entre os 25 e 35 anos e é transmitida geneticamente, tendo como principais sintomas grande perda de peso, de sensibilidade e de estímulos.

Afeta os membros inferiores, alastrando-se, depois, para os superiores, causando perturbações a nível dos sistemas digestivo e nervoso e ainda problemas cardíacos.

Em Portugal existem cerca de duas mil pessoas com esta patologia, mas há mais seis mil casos assintomáticos.

Todos os anos surgem 100 novos casos.

18 de novembro de 2011

@Lusa