O tabagismo continua a ser o principal fator de risco de cancro do pulmão, de doença pulmonar obstrutiva crónica e de infeções respiratórias. "O tabaco é o inimigo público número um da doença respiratória e da saúde pulmonar", alerta mesmo Carlos Robalo Cordeiro, médico pneumologista, professor universitário e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em grande entrevista à edição de abril da revista Prevenir, já nas bancas de todo o país.

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"Felizmente, temos estado muito ativos nessa luta, mas podemos e devemos fazer sempre mais. Hoje, temos uma legislação muito mais abrangente, que inibe o ato de fumar em locais fechados e noutros ambientes, mas devia ser mais atrevida", considera. "A prova disso é que países com leis mais incisivas sobre os hábitos tabágicos em locais públicos, como a Irlanda, o Canadá, a Austrália ou o Uruguai, são os que apresentam uma curva descendente mais acentuada na prevalência do ato de fumar. Por outro lado, temos tido uma taxação muito significativa do preço final dos produtos, medida que considero a mais eficaz", elogia o especialista.

"Quanto mais se taxar o tabaco e aumentar o preço, mais inibição se cria, principalmente em países como Portugal, com claras dificuldades económicas", refere ainda Carlos Robalo Cordeiro. "Essa medida é mesmo preferível do que recorrer a imagens nos maços de cigarros sobre os seus efeitos na saúde. Até porque não há hoje ninguém que fume e não saiba o mal que faz", sublinha mesmo o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.