Cerca de 100 mil patos foram abatidos em quintas de criação com casos de gripe aviária identificados, enquanto outros 104 mil animais foram abatidos no âmbito de medidas preventivas, segundo explicou, em declarações à agência France Presse (AFP), o chefe dos serviços veterinários e diretor-geral adjunto para a área da alimentação, Loïc Evain.
“Restam cerca de 400 mil para serem abatidos” preventivamente, acrescentou o responsável.
O último relatório do Ministério da Agricultura francês dava conta de 61 surtos de influenza aviária altamente patogénica (vulgarmente conhecida como gripe aviária ou gripe das aves) em França no dia 01 de janeiro, dos quais 48 tinham sido identificados na região de Landes, sudoeste de França, zona geográfica que conta com um grande número de quintas de criação de gansos e patos que são utilizados para a produção de ‘foie gras’ (iguaria feita com fígados de aves gordas).
Como medida de prevenção, as autoridades francesas decidiram abater todas as aves de criação, que estejam confinadas em espaços ou não, num raio entre um e três quilómetros de distância das quintas onde foram identificados surtos.
“Estamos perante um episódio excecional com um vírus altamente contagioso” que “afeta as quintas ao ar livre, mas não só”, salientou Loïc Evain.
“Se a propagação do vírus continuar, terão de ser tomadas medidas ainda mais drásticas”, advertiu o representante.
Tais medidas serão “fundamentadas numa base científica, absolutamente indispensável para explicar aos criadores envolvidos a relevância das decisões que estão a ser tomadas”, frisou ainda.
Num comunicado hoje divulgado, a Confederação geral de Avicultura (CFA, na sigla em francês), com ligações ao importante sindicato agrícola FNSEA, considerou “urgente que o Estado reforce os meios de ação no terreno, em colaboração com o setor, para agir o mais rapidamente possível” de forma a conter o H5N8 (estirpe do vírus da gripe das aves).
Outros sindicatos agrícolas estão a denunciar, por sua vez, o abate preventivo de animais saudáveis, considerando que tal medida “é ineficaz em termos sanitários, mas também é moralmente inaceitável”.
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