Em declarações à agência Lusa, Jorge Mendes adiantou que o surto daquele vírus, altamente contagioso, "levou, hoje, oficialmente, ao encerramento, por 30 dias, daquela estrutura", que serve os dez concelhos do distrito de Viana do Castelo integrados na Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
"Para prevenir a propagação do vírus fomos obrigados a cancelar todas as saídas e entradas e saídas de animais. O canil só aceitará algum animal se for um caso urgente que esteja a colocar em causa a saúde pública", explicou Jorge Mendes, que é também presidente da Câmara Municipal de Valença.
O autarca social-democrata referiu que "a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) está ao corrente da situação e coordenar todo o processo de combate à doença, encaminhando todas as normas e procedimentos a seguir para os veterinários municipais".
"Neste momento, o surto está circunscrito aos maiores canis do Alto Minho, o intermunicipal, situado em Ponte de Lima, e o municipal de Viana do Castelo".
Surto detetado em julho
Segundo Jorge Mendes o surto foi "detetado em meados de julho, tendo sido imediatamente todas as medidas preventivas, depois dos testes de despiste da doença terem dado positivos".
Em Viana do Castelo, de acordo com informação hoje prestada pela vereadora com o pelouro da Câmara Municipal, Carlota Borges, durante a reunião ordinária do executivo, o "canil municipal desde segunda-feira que não recebe nem deixa sair animais, pelo mesmo motivo", não tendo adiantado o número de animais infetados pelo vírus.
O tema foi levantado no período antes da ordem do dia da reunião camarária pelos vereadores da CDU e do PSD, na sequência de um alerta lançado, nas redes sociais, por uma associação local de defesa dos animais.
A Vila Animal, que acolhe animais abandonados, informou, na quarta-feira, através da página oficial no Facebook, ter fechado o abrigo situado no centro da cidade, por causa de um surto de esgana.
"Há várias semanas que já não aceitamos animais, mas o encerramento do abrigo foi concretizado na quarta-feira. Não temos condições para colocar os animais em quarentena. Não aguento mais ver os animais a morrer", afirmou Maria José Barreiros.
Maria José Barreiro referiu que a "falta de condições" do abrigo da Vila Animal situação de "ruína iminente, dificulta ainda mais o tratamento dos animais doentes".
"A casa está a cair. Não é possível fazer a desinfeção porque o edifício está muito degradado. Em julho, em duas semanas morreram mais de 15 cães", lamentou.
Na publicação no Facebook, hoje consultada pela agência Lusa, com o título "Chega de mortes. Fechamos as portas", a associação diz que "o primeiro andar do edifício está sustentado por escoras, uma das divisões já não tem chão, as paredes esboroam-se, a instalação elétrica falha constantemente, não dispomos de água corrente no local destinado ao gatil".
"Hoje [quarta-feira] um pico de energia avariou definitivamente a máquina de lavar roupa. Definitivamente atingimos o nosso limite", refere a publicação.
A direção da associação escreve ainda que "receiam, constantemente, um curto-circuito, ou que um dos voluntários venha parar do primeiro andar ao rés-do-chão", temendo que "alguém morra soterrado nos escombros".
Em setembro de 2017, a Câmara informou, em comunicado, ter assinado um protocolo com a Vila Animal para a construção de um gatil e de um canil no concelho, com apoio e em terreno cedido pela autarquia.
Hoje, no final da reunião camarária, em declarações aos jornalistas, o presidente em exercício, Vítor Lemos, afirmou que o município "já comprou um terreno, junto ao parque empresarial da Meadela para a construção, de raiz, de um edifício que acolherá associação".
"Esse processo está a correr trâmites. Muito brevemente será anunciada a abertura do concurso público", referiu.
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