Só uma minoria dos indivíduos procura apoio médico e realiza o tratamento adequado. Este é um alerta da Sociedade Portuguesa da Gastrenterologia para um problema que será abordado na Semana Digestiva 2016, que decorre até sábado no Centro de Congressos do Algarve, na Herdade dos Salgados.

"A obstipação equivale a uma frequência das evacuações igual ou inferior a duas vezes por semana ou a uma redução recente do número de evacuações habitual. Quando a duração destas queixas é igual ou superior a três semanas, é considerada obstipação crónica. Os sintomas mais frequentes são: grande esforço na evacuação, por vezes com necessidade de recorrer a manobras digitais para ajudar a saída das fezes, fezes duras e em fragmentos, sensação de evacuação incompleta, sensação persistente de desconforto, dor, distensão abdominal, fissuras anais", alertam os especialistas da Sociedade Portuguesa da Gastrenterologia.

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A obstipação não é uma doença, mas um sintoma que pode ter muitas causas. Embora raramente, pode haver problemas específicos como causa da obstipação: doenças do intestino (inflamações, divertículos, tumores, fissuras anais), doenças metabólicas (hipotiroidismo, diabetes, insuficiência renal), doenças neurológicas (doença de Parkinson, esclerose múltipla, lesões medulares).

"A obstipação pode também ser devida ou agravada por medicações crónicas, como medicamentos para alívio da dor, antiácidos que contenham alumínio ou cálcio, antiespasmódicos, antidepressivos, tranquilizantes, entre outros", alertam os médicos.

O médico deve ser informado se ocorrer uma modificação dos hábitos intestinais habituais dos doentes, se houver associação com perda de peso ou dor abdominal, se durarem mais de três semanas ou sempre que os sintomas forem graves ou incapacitantes.