Esta manhã, numa ação de protesto organizada pelo CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços – cerca de duas dezenas de pessoas, entre funcionárias e elementos sindicais, exigiram a valorização dos seus salários e direitos, e denunciaram estas alegadas questões sanitárias.
“Além das péssimas condições de trabalho, continua a haver um problema grave de saúde, devido à escabiose, também conhecida por sarna. Já é a segunda ou terceira vez que o surto acontece. Começou há meio ano, com mais de 20 casos entre trabalhadores e utentes, e surgiu de novo”, disse Marisa Ribeiro, coordenadora do CESP.
A sindicalista afirma que “a cada dia que passa há um novo caso”, entre funcionários e utentes, garantindo que, atualmente, “mais de 15 trabalhadores estão com sarna” e apontando inação por parte dos responsáveis da instituição.
“Continua a haver um número elevado de trabalhadores e de utentes com a doença e a Santa Casa não faz nada. Mais de 15 trabalhadores estão com sarna e alguns tiveram de recorrer à baixa médica, quando devia ser o seguro de saúde da instituição que devia assumir”, reiterou.
Marisa Ribeiro denunciou ainda “má qualidade da alimentação dada aos utentes e trabalhadores”, falando em ingredientes de “pouca qualidade e mal confecionados”, e deu conta de uma “praga de baratas” que continua a existir nos quartos dos utentes e na cozinha.
“Embora em menor número, continua a existir. O tratamento que foi feito não foi suficiente. As autoridades sanitárias já estiveram presentes, exigiram medidas, mas ainda não está resolvido”, disse Marisa Ribeiro.
Às acusações do sindicato, corroboradas no local por trabalhadoras, foram rebatidas pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim.
“A questão das baratas está mais do que ultrapassada. A empresa que nos faz a desinfestação diz que situação está controlada e que os últimos relatórios não detetaram a presença desses insetos. A praga está controlada”, disse à Agência Lusa Virgílio Ferreira.
O responsável também rejeitou a existência de um surto de sarna, embora tenha reconhecido a existência de “casos pontuais”.
“O nosso médico disse-me que não existe surto de sarna. No passado, surgiram alguns casos, cerca de 20, mas foram tomadas as medidas sanitárias adequadas e administrados medicamentos de forma gratuita aos utentes e trabalhadores. Neste momento pode haver um ou outro caso, mas não é significativo”, afirmou o provedor.
Já sobre as questões salariais, Virgílio Ferreira garantiu que a instituição “está a cumprir a lei" e os acordos celebrados com o sindicato.
“O CESP, o sindicato mais representativo nesta casa, acordou, em outubro de 2021, a última grelha salarial com a CNIS [Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade]. Cabe ao CESP fazer novos acordos para atualizar as tabelas salariais. Cumprimos o que está na lei e já atualizamos os salários mínimos”, disse o responsável da Misericórdia da Póvoa de Varzim.
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