O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Leal da Costa, garantiu hoje, no Porto, uma “luta sem tréguas” ao tabagismo, que considerou “uma chaga” da nossa sociedade que deve ser “erradicada”.

“Enquanto médico, atualmente a desempenhar o cargo de secretário de Estado, tudo farei para combater e para chegar à meta da erradicação do tabagismo como flagelo da nossa sociedade”, afirmou.

Leal da Costa, que falava na cerimónia de abertura de um congresso organizado pela Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, disse também que irá “prosseguir o caminho legislativo para conseguir esse objetivo” de proteger os cidadãos e, sobretudo, “os jovens e trabalhadores que estão expostos ao excesso de tabaco que não é o deles”.

“Temos de informar, temos de desincentivar, temos de criar mecanismos que conduzam as pessoas a abandonar este hábito e, com isto, diminuir toda a profusão de doenças associadas ao tabagismo, porque não estamos só a falar de cancro do pulmão, estamos também a falar de doenças cardíacas e vasculares, que ainda são a primeira causa de morte em Portugal, e de outros cancros”, sustentou.

O Governo anunciou recentemente que irá introduzir um conjunto de alterações à legislação antitabaco no sentido de levar à diminuição progressiva dos espaços para fumadores, referindo que esta nova lei do tabaco irá ser submetida à aprovação no Parlamento, “o mais tardar, em janeiro de 2013”.

O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Carlos Oliveira, disse à Lusa que “a incidência do cancro do pulmão vai aumentar em Portugal”.

“Portugal tem de facto uma incidência abaixo da média europeia, ao contrário do que acontece com outros tumores. Estamos numa situação ainda privilegiada, diria eu, com uma incidência relativamente baixa, mas estudos que estão disponíveis mostram que efetivamente se prevê até 2030 um aumento de cerca de 24 a 25 por cento de casos de cancro do pulmão, consequência, sobretudo, do envelhecimento da população e do facto dessa população envelhecida ter fumado durante muitos anos”, acrescentou.

Dados avançados pelo Ministério da Saúde indicam que uma em cada dez mortes ocorridas em Portugal está relacionada com o tabaco.

Em Portugal, gasta-se mais de 490 milhões de euros/ano em custos de saúde relacionados com o tabaco.

16 de novembro de 2012

@Lusa