A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou hoje um plano contra a disseminação de parasitas resistentes aos tratamentos da malária, considerando que os fortes progressos no combate à doença podem estar em causa se essa propagação não for travada.

O plano, denominado "Global Plan for Artemisinin Resistance Containment", apresenta as medidas a tomar para prevenir a resistência aos compostos de artemisinina, atualmente o principal e mais potente tratamento da malária. Embora o tratamento seja atualmente eficaz em mais de 90 por cento dos casos em todo o mundo, casos de resistência à artemisinina já surgiram em áreas da fronteira entre o Camboja e a Tailândia.

"A utilidade da nossa arma mais potente está agora sob ameaça" disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS, considerando essencial parar o surgimento de resistência aos medicamentos na sua origem, porque se houver propagação desses parasitas resistentes muitos países deixarão de ter qualquer solução para combater a doença.

Segundo dados da OMS, o número de casos de paludismo desceu mais de 50 por cento em 43 países na última década. Robert Newman, diretor do programa mundial de luta contra a malária ou paludismo, sustentou que para preservar esta evolução e atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio no que se refere à saúde “é absolutamente necessário eliminar a ameaça da resistência ao ACT”, ou composto de artemisinina.

O plano global hoje apresentado destina-se, assim, a conter e evitar a resistência ao medicamento através de cinco etapas, sendo a primeira parar a disseminação de parasitas resistentes, aproveitando o plano e agenda de controlo da doença que está em curso e já financiado. No entanto, refere a OMS, será necessário algum financiamento adicional para parar a propagação desses parasitas em áreas onde há já provas de resistência, sendo necessários mais 10 a 20 dólares por pessoa nessas zonas.

A segunda etapa do plano é aumentar a monitorização da resistência ao medicamento, já que em 2010 só 31 de 75 países estudados o faziam. A melhoria do acesso aos testes de diagnóstico de malária e tratamento, o investimento em pesquisa sobre se desenvolve a resistência ao medicamento e a mobilização de recursos para o plano global de combate são outras etapas do plano hoje apresentado.

O último relatório da OMS sobre a doença estima que o número de mortes devido à malária diminuí de 985mil em 2000 para 781 mil em 2009. Este decréscimo foi observado em todos os que regiões, com a maior redução absoluta de numero de mortes observada em África.

12 de Janeiro de 2011

Fonte: LUSA/SAPO