
Russell Davidson, de 50 anos, admite à BBC que ficou com o coração despedaçado com a morte da mulher. "Não a queria numa casa mortuária ou entregue a um agente funerário", explicou à televisão britânica. "Queria que nós cuidássemos dela em casa", acrescentou.
Segundo a lei britânica é legal manter um corpo inanimado em casa durante um período de tempo curto até à data do funeral, desde que um médico tenha declarado o óbito.
O homem contou que o tumor maligno de Wendy Davison foi diagnosticado em 2006. O casal decidiu tratar a doença sem recorrer aos tratamentos convencionais - quimioterapia e radioterapia -, optando por terapias alternativas, o que Russel acredita ter aumentado a esperança de vida da mulher.
O casal comprou uma caravana e decidiu viajar pela Europa, mas em setembro de 2016 voltaram para Inglaterra devido ao agravamento do estado de saúde de Wendy.
Despedida "gratificante"
Wendy Davison acabou por morrer a 21 de abril, vítima da doença. "A Wendy faleceu de um modo muito pacífico, totalmente sedada, sem dores, nos meus braços e nos de Dylan [o filho] com o nosso cão fiel Elvis ao seu lado", disse Russell Davison à imprensa britânica.
"A morte é um assunto tabu na nossa sociedade. Ninguém quer falar sobre isso", afirmou ainda o marido, que conta que foi uma "experiência linda e gratificante" poder estar rodeado de amigos e família no momento da partida de Wendy.
Escreve o jornal "The Telegraph" que Russell Davison pretende quebrar o medo da morte e convencer os demais que pode ser benéfico para a saúde mental estar perto do corpo de alguém que se ama. "Eu descreveria o processo como uma câmara de descompressão emocional, permitindo-nos começar a aceitar a nossa perda enquanto Wendy ainda está connosco", asseverou o marido ao referido jornal.
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