Com base numa amostra representativa da população, o instituto de estatísticas Office for National Statistics (ONS) estima que 4,9 milhões de pessoas foram infetadas na semana passada, contra 4,3 milhões na primeira semana do ano, que era o recorde anterior no país de 67 milhões de pessoas.

Estão infetadas cerca de 700 mil pessoas a mais em relação à semana anterior, segundo este estudo, considerado mais fiável do que as estatísticas diárias que dependem da vontade das pessoas fazerem um teste e comunicarem o resultado às autoridades.

O ONS estima que uma em cada 13 pessoas teve o vírus em Inglaterra. A proporção sobe para uma em 12 na Escócia, enquanto é menor no País de Gales (uma em 14) e na Irlanda do Norte (uma em 15).

As hospitalizações também aumentaram em relação à semana passada, principalmente entre aqueles com mais de 45 anos, mas o número de pessoas em cuidados intensivos mantém-se baixo.

A vaga atual é atribuída à subvariante Ómicron BA.2, que se tornou dominante nas últimas semanas.

O Reino Unido está entre os países europeus que, aos olhos da Organização Mundial da Saúde (OMS), suspenderam suas medidas “de forma muito abrupta” para combater a propagação do vírus, uma das razões apontadas para este aumento dos casos.

O Governo levantou todas as restrições em Inglaterra, incluindo o uso obrigatório de máscaras, isolamento profilático para infecciosos e testes para viajantes internacionais, no início deste ano, mesmo quando a variante Ómicron, a mais transmissível até agora, começou a alastrar.

O primeiro-ministro, Boris Johnson, tem invocado o sucesso da campanha de vacinação e o recurso a novos tratamentos para manter o vírus sob controlo e avançar com o plano “Viver com a covid”.

A Escócia, mais cautelosa, vai tornar-se a 18 de abril a última nação britânica a acabar com a obrigação de usar máscara.

A partir de hoje, com algumas exceções, os ingleses têm de pagar para realizar testes à covid-19, que até agora estavam disponíveis gratuitamente nas farmácias ou por correio no serviço de saúde publico.

O Reino Unido está entre os países mais atingidos, tendo registado mais de 165.300 mortes desde o inicio da pandemia covid-19.