Poucos dias depois do arranque de mais um ano letivo, a direção nacional da Quercus solicitou “o número de intervenções realizadas e por realizar para a manutenção e remoção de materiais e equipamentos nos respetivos edifícios e o plano de monitorização adotado para controlar a exposição dos trabalhadores e utilizadores dos espaços escolares ao risco de exposição ao amianto”.

A Associação Nacional de Conservação da Natureza recorda que, desde 2011, é obrigatório por lei identificar a totalidade dos materiais com amianto, assim como promover análises a concentrações de fibras respiráveis, avaliar o risco de exposição e sinalizar situações prioritárias definindo medidas para prevenir ou minimizar a exposição, com a emissão de um plano de ação para o amianto.

“No caso de o Ministério da Educação os materiais identificados correspondem apenas às coberturas em fibrocimento, claramente insuficiente na medida em que foram incorporadas fibras de amianto em outros materiais, como pavimentos e tubagens, sendo esta sinalização apenas o primeiro ponto de todos os procedimentos necessários”, alerta a associação em comunicado.

Leia também: 17 sintomas de cancro que os portugueses ignoram

Saiba mais: 10 coisas do dia a dia que causam cancro

Veja ainda: 10 substâncias químicas perigosas

Amianto e cancro

Apesar do comprovado risco das fibras e da relação entre a sua exposição e o desenvolvimento de cancro (mesotelioma, cancro do pulmão, cancro do ovário, cancro da laringe ou cancro do estômago), a Quercus diz que em Portugal continua a ser desconhecida a sua utilização, “apesar da obrigação para a sua identificação nos locais de trabalho”.

Segundo a associação, o amianto teve uma utilização comum, que vai desde as condutas, depósitos e tanques para fornecimento e armazenamento de água, coberturas, revestimentos de tetos e paredes, chaminés, pavimentos, armários, casa pré-fabricadas, tubagens para ventilação, fitas de estore e até eletrodomésticos.