A diretora do Serviço de Saúde das Forças Armadas em França (SSA), Marilyne Gygax Généro, disse que todos os tripulantes foram testados, ao testemunhar perante a comissão dos Negócios Estrangeiros, Defesa e Forças Armadas do Senado francês.

Os resultados deram 940 positivos e 645 negativos, desconhecendo-se ainda a situação dos restantes tripulantes. O anterior balanço dava conta de 668 casos positivos.

“Somos e seremos transparentes”, afirmou a diretora citada num comunicado da comissão.

“A contaminação do porta-aviões é um acontecimento muito importante (…) Haverá sem qualquer dúvida consequências a tirar no final desta crise”, disse ainda.

Christian Cambon (Os Republicanos, direita), presidente da comissão, indicou que pedirá à ministra das Forças Armadas, Florence Parly, um rastreio sistemático dos militares antes de qualquer operação.

“Não se compreende que os militares não beneficiem de testes antes de saírem em missão, pela sua segurança, mas também pela eficácia operacional”, considerou.

Segundo o comunicado, a diretora reconheceu a impossibilidade atual de testar todas as unidades militares francesas ou de generalizar a utilização de máscaras.

No Charles de Gaulle, 500 marinheiros apresentaram sintomas, 20 estão hospitalizados, um dos quais nos cuidados intensivos. Os tripulantes que testaram negativo estão em quarentena em instalações militares.

O porta-aviões nuclear chegou domingo ao porto de Toulon (sul), duas semanas antes do previsto.

A origem do contágio é ainda desconhecida. A tripulação, em missão durante três meses, não esteve em contacto com elementos exteriores após uma escala em Brest (oeste de França) de 13 a 16 de março.

Foram pedidas duas investigações, uma de comando e a outra epidemiológica.

Na quinta-feira, o porta-voz da Marinha francesa desmentiu formalmente as afirmações de um marinheiro, segundo o qual o comandante do porta-aviões propôs a interrupção da missão após a escala em Brest o que lhe foi recusado.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 145.000 mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

A França é o quarto país com maior número de mortos, 17.920 entre 165.027 casos de infeção.