A obesidade é a causa de cerca de 5% de todas as mortes no mundo e tem um impacto negativo na economia global semelhante ao tabagismo e aos conflitos armados, de acordo com um trabalho de consultores do Instituto Global McKinsey, agora publicado.

O estudo prevê que pelo menos metade da população adulta mundial fique com excesso de peso ou obesa até 2030 e pede uma "resposta coordenada" de governos e fabricantes de comida, argumentando que uma ação direcionada poderá fazer 20% dos obesos voltarem ao peso normal dentro de dez anos.

Para além das consequências óbvias para a saúde, "a obesidade é um grande problema económico global, provocado por múltiplos fatores", destaca o estudo.

"Hoje, a obesidade concorre com os conflitos armados e o tabagismo em termos de impacto económico global provocado pelo homem", acrescenta.

O trabalho identificou 74 recomendações que, segundo os autores do estudo, ajudarão a reduzir a gordura abdominal em todo o mundo.

As recomendações incluem limitar o tamanho das porções em embalagens de comida rápida, a educação dos pais e a introdução de refeições saudáveis em escolas e locais de trabalho.

Obesidade é mais cara que tabagismo e conflitos armados

De acordo com os autores, a obesidade custa à economia global dois biliões de euros em cuidados de saúde e a perda de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, cerca de 75 mil milhões de euros a menos do que o tabagismo e os conflitos armados juntos.

O Reino Unido foi o principal estudo de caso do trabalho, que indicou que 3% do PIB do país é gasto por causa da obesidade, o principal obstáculo à economia do país depois do tabagismo.

Uma pessoa é considerada obesa quando tem índice de massa corporal (IMC), que se obtém dividindo o peso em quilos pela altura em metros quadrados, de 30 ou superior.

Alison Tedstone, nutricionista chefe da Public Health England, autoridade responsável pela saúde pública em Inglaterra, diz que a obesidade é um problema complexo que exige ação aos "níveis individual e social, envolvendo indústria, governo nacional e local, bem como o setor voluntário".

"Atualmente, 25% do país é constituído por obesos e 37% está acima do peso", acrescentou.

"Se reduzirmos a obesidade aos níveis de 1993, quando 15% da população era obesa, evitaremos cinco milhões de casos de doenças e economizaremos, apenas no serviço nacional de saúde, 1,2 mil milhões até 2034", prosseguiu.

McKinsey planeia também realizar estudos de caso na China e México, países emergentes.