30 de setembro de 2013 - 14h01
As crianças dos cinco aos seis anos que vivem em países mais pobres onde existem grandes diferenças de classes, como a Índia ou Brasil, são mais influenciadas pela publicidade das tabaqueiras e correm um risco acrescido de virem a tornarem-se fumadoras, alerta um estudo norte-americano agora publicado.
A investigação foi desenvolvida por investigadores da Faculdade de Saúde Pública de Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland, EUA), que acompanharam 2423 crianças em seis países, explica a AFP. Da amostra que contemplou crianças da China, Índia, Brasil, Rússia, Nigéria e Paquistão, 68% conhecia pelo menos uma marca de cigarros, uma percentagem que baixava para os 50% na Rússia mas que subia para os 86% na China onde 28% da população é fumadora (53% de homens e 2% de mulheres).
Os investigadores perceberam que as crianças com estas idades que viviam em casas com familiares fumadores reconheciam pelo menos o logotipo de uma marca de tabaco, lê-se no trabalho publicado na revista científica Pediatrics, citado pela AFP. 
Na investigação, os cientistas citam um estudo feito nos Estados Unidos há 22 anos e que mostrava que as crianças com cerca de seis anos reconheciam com a mesma facilidade o logotipo do canal Disney e de um maço de tabaco. Na altura estes resultados impulsionaram regras antitabagistas mais restritivas para proteger os menores deste tipo de publicidade.
Os autores do trabalho defendem que a facilidade com que as crianças reconhecem as marcas não é uma consequência natural de viverem com fumadores mas sim o resultado das “sofisticadas táticas de marketing”, diz a AFP.
Apesar de reconhecerem que há muitos fatores relacionados com o tabagismo, os investigadores da Johns Hopkins sublinham que o convívio com estes produtos e o facto de o associarem a um estilo de vida positivo através da publicidade contribui muito para aumentar a probabilidade de virem a fumar.
Desde 2003 que a própria Organização Mundial de Saúde adotou uma postura mais restritiva para combater a “epidemia global do tabagismo”, que visava sobretudo limitar a publicidade e promoção do tabaco junto de grupos vulneráveis.
SAPO Saúde com AFP